O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Paulão (PT-AL), e o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), cobraram da base governista, nesta quarta-feira (28), alinhamento dos parlamentares aos anseios da população pela admissibilidade da denúncia elaborada pela Procuradoria Geral da República contra Michel Temer e pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 227/16) que estabelece eleições diretas no caso da saída do atual presidente. Os parlamentares também defenderam que a votação da denúncia contra Temer, no plenário da Câmara, ocorra em um domingo.
“Quem teve oportunidade de fazer uma leitura da denúncia viu que o conteúdo é gravíssimo. E verificamos aqui alguns parlamentares fazendo o processo de relativização. Eu avalio que há chances reais de termos um sentimento do que o povo brasileiro espera, conforme pesquisas, que é a importância de haver o impeachment desse presidente que não tem legitimidade”, afirmou Paulão.
Sobre a expectativa de eleições diretas para escolher o substituto de Temer, o deputado Valmir Prascidelli rebateu os argumentos da base governista de que a votação da PEC das Diretas é oportunista, porque está apenas ligada à questão conjuntural.
“A PEC 227 foi apresentada em 2015, em um momento em que o atual governo estava fortalecido pelo golpe. Portanto, muito antes de qualquer escândalo. Ainda assim, se o governo diz que tem base suficiente para derrotar a denúncia de Janot, tanto na CCJ quanto no plenário, qual o medo em votar e aprovar a PEC 227, que organizará o processo político independentemente da conjuntura política do momento”, argumentou.
Na reunião da Comissão de Constituição e Justiça desta quarta-feira, mais uma vez os deputados aliados a Temer não garantiram o quórum para votar a PEC das Diretas.
Sobre o dia de votação da denúncia contra Temer no plenário, Paulão disse esperar o mesmo tratamento ao tema dado na época do golpe que afastou a presidenta eleita Dilma Rousseff. “Esperamos que esta Casa tenha altivez. Que seja num dia de domingo, que tenha a mesma dinâmica que foi o processo anterior, com voto individual”, cobrou.
Héber Carvalho