Por iniciativa do deputado Padre João (PT-MG), a Câmara dos Deputados celebrou nesta quarta-feira (6), o Dia Mundial da Alimentação e o Aniversário de 40 anos de Presença da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil.
Para Padre João é preciso oferecer à população acesso à alimentação saudável. “Não basta ter acesso à comida, tem que ter acesso a uma alimentação saudável, uma alimentação que garanta saúde e vida para o nosso povo. Quando investimos nessa alimentação saudável, nós estamos economizando em ter que gastar com doenças e algumas que se tornam crônicas e as vezes são as mais caras”.
Sobre o Dia Mundial da Alimentação e o aniversário da FAO, o deputado comentou: “Na qualidade de coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Alimentar e Nutricional, eu me pronunciei neste Plenário, mas decidi também propor a realização desta Sessão Solene para, além de celebrarmos a data, agradecermos à FAO por seu intenso trabalho no Brasil”, disse Padre João.
A questão da alimentação no Brasil hoje, de acordo com Padre João, é preocupante. “A fome e a desnutrição no Brasil, que vinham diminuindo a passos largos desde o início dos anos 2000, com o governo Lula, voltou a crescer de 2015 para cá, quando parte deste Parlamento se somou à elite atrasada, inclusive à elite rural arcaica, para boicotar e derrubar a presidenta legitimamente eleita, Dilma [Rousseff] e destruir as políticas de direitos que vínhamos implantando em nosso País, e que eram e são elogiadas e copiadas em todo o mundo”, comentou.
“Superamos a fome em 2014 e passamos para outro patamar de reivindicações, no qual se incluíam novas conquistas e novos desafios como o enfrentamento da produção, abastecimento e acesso a alimentos adequados e saudáveis, com base em um Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional articulado pelo Consea, que o presidente Bolsonaro, com o aval desta Casa, destruiu por meio de sua primeira medida provisória. Vamos continuar o nosso enfrentamento por todos os brasileiros e brasileiras”, destacou Padre João.
“A FAO realiza um trabalho importante no mundo e em nosso País. De acordo com os dados divulgados pela ONU em 2014, o Brasil reduziu, entre 2002 e 2012, em 82% a população em situação de subalimentação. A pobreza reduziu de 24,6% da população em 2002 para 8,5% em 2012. E a extrema pobreza de 9,79% para 3,56%, conforme dados oficiais da ONU. Isso graças a uma política pública adotada para garantir o direito básico das pessoas”, afirmou o deputado José Ricardo (PT-AM).
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) está formalizada no Brasil há quatro décadas. Nesses 40 anos o País passou por grandes transformações sociais e políticas. Graças aos governos petistas, o Brasil se tornou um exemplo de sucesso no combate à fome e à miséria. A contribuição da FAO para esse sucesso é reconhecida por todos.
Fome Zero
Os participantes da sessão solene recordaram as políticas públicas implementadas no governo do ex-presidente Lula para acabar com a fome, como os programas Bolsa Família e Fome Zero. Nilto Tatto (PT-SP) destacou o discurso que Lula fez ao tomar posse em 2002. “Lula disse: se eu conseguir terminar o meu mandato e fazer com que cada brasileiro, cada brasileira possa fazer três refeições por dia, me darei como realizado em meu governo”. Em 2015, o Brasil foi reconhecido internacionalmente por ter acabado com a fome.
“Depois deste feito, talvez o principal feito desse período recente de inclusão social, de respeito à diversidade, nós tivemos um golpe. Hoje, a gente tem cerca de 13 milhões de pessoas passando fome novamente no Brasil. É este o resultado de políticas erradas que se adotam e que esta Casa, inclusive, aprova”, denunciou Nilto Tatto.
Para Tatto é preciso ter esperança que se pode acabar com a fome novamente no País. “Eu quero dizer que precisamos ter esperança, porque se nós acabamos recentemente com a fome é possível a gente acabar com a fome novamente. É possível trabalharmos na perspectiva de fazer aquilo que nunca se fez no Brasil, uma Reforma Agrária de verdade, valorizar a agricultura familiar”, enfatizou.
Lorena Vale com Assessoria de Comunicação