Parlamentares do PT criticaram hoje (5) a posição contrária do PSDB à redução da conta de luz, conforme previsto na Medida Provisória 579, enviada ao Congresso pela presidenta Dilma Rousseff. O deputado Weliton Prado (PT-MG), integrante da Comissão Especial que analisa a MP, apontou que um dos responsáveis pelo boicote é o ex-governador de Minas Gerais e atual senador Aécio Neves (PSDB).
“Para os tucanos, quanto pior melhor, não estão preocupados com os interesses do País, mas sim, com a disputa eleitoral de 2014”.
O comentário do deputado foi feito durante a realização de seminário promovido pela Comissão Defesa do Consumidor sobre o “Novo Modelo do Setor Energético – MP 579/2012”. Para Weliton Prado, “os liderados por Aécio Neves não têm compromisso com o país”. Ele se referiu ao fato de os governos tucanos de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, controladores das estatais Cesp, Cemig e Copel , respectivamente, terem decidido pela não renovação antecipada dos contratos de concessão com vencimentos em 2015.
O boicote dos tucanos pode diminuir o impacto da MP 579/12 cuja previsão era de uma redução média das tarifas na ordem de 20,2% e agora, de acordo com estudos, deve ficar perto de 16%.
O deputado Fernando Marroni (PT-RS) classificou a ação tucana como “um atentado contra o povo brasileiro”. Para o deputado, a população tem que saber que a tarifa não vai abaixar mais porque, “na hora decisiva, o PSDB impede”.
A MP 579/12 é vista como grande estímulo ao setor produtivo e à geração de emprego, além de aumentar a competitividade do Brasil num momento de turbulência da economia mundial e de disputa por mercados. Entidades empresariais, como as federações das indústrias de São Paulo e Rio de Janeiro (Fiesp e Firjan) já explicitaram o apoio à medida.
Competitividade – “Fala-se muito em aumentar a competitividade brasileira, mas quando aparece uma oportunidade como esta, para beneficiar não só os consumidores residenciais como todo o setor produtivo, o PSDB opera para boicotar” afirmou Fernando Marroni.
O deputado Weliton Prado também criticou a cobertura de parte da mídia conservadora sobre a questão, tentando minimizar o papel negativo do PSDB para a redução da tarifa de energia no País.
O Brasil tem o menor custo de geração de energia do mundo, já que sua matriz é majoritariamente hidrelétrica. Mas mesmo assim tem a segunda tarifa mais cara do planeta. É este quadro que a presidenta Dilma quer mudar, mas o PSDB , conforme lembram Marroni e Prado, prefere manter a situação atual, em beneficio de operadores do mercado de capital e acionistas privados que abocanharam boa parte das ações das estatais controlados pelos governos de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, na esteira do modelo privatista de FHC, entre 1995 e 2002.
Jonas Tolocka, com equipe PT na Câmara