Parlamentares do PT criticaram nesta terça-feira (10) mais um aumento dos combustíveis, desta vez no valor do diesel. Os petistas lembraram pelo Twitter que o novo aumento de 8,87% vai contribuir para encarecer ainda mais o preço dos alimentos e dos demais produtos que dependem do transporte rodoviário, além de elevar os custos para caminhoneiros de todo o País. Segundo eles, a culpa pelos sucessivos aumentos nos combustíveis é do próprio presidente Bolsonaro, que apenas reclama dos reajustes e nada faz para mudar a política de preços da Petrobras.
Para os deputados Zeca Dirceu (PT-PR) e Pedro Uczai (PT-SC), o povo vai pagar a conta por mais esse aumento do diesel.
“52%. Eis a alta do preço do Diesel nos últimos 12 meses, presente de Bolsonaro aos caminhoneiros. Presente este que reflete no preço do arroz, feijão, carne e uma infinidade de produtos que dependem do transporte rodoviário”, escreveu Zeca Dirceu.
Já o deputado Pedro Uczai afirmou que “se já tá difícil fazer as compras e pagar as contas, se prepara que Bolsonaro tem mais um aumento pra você: o preço do diesel será reajustado nas distribuidoras”. “O preço médio do litro vai passar de R$ 4,51 para R$ 4,91, um aumento de 8,87%. São 40 centavos a mais!”, apontou.
Para além do aumento, parlamentares questionaram ainda quem vai lucrar com mais esse aumento do diesel. O deputado Enio Verri (PT-PR) retuitou postagem do coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar, explicando que a culpa pelos aumentos sucessivos dos combustíveis é do presidente Bolsonaro, que se recusa a mudar a atual política de reajustes adotada pela Petrobras.
Segundo Bacelar, “Bolsonaro debocha do brasileiro ao esconder que o único responsável pelos aumentos nos combustíveis é ele mesmo”. O sindicalista explicou que ao invés de apenas reclamar dos aumentos dos combustíveis, Bolsonaro deveria acabar com a Política do PPI (Preço Paridade Internacional). Essa política instituída pelo então presidente-golpista Michel Temer prevê o reajuste dos preços dos combustíveis dentro do Brasil de acordo com a variação do preço do barril de petróleo comercializado no mercado internacional, em dólar, sem levar em conta os custos internos de extração e de refino de petróleo.
“Porém, ele não faz isso para não desagradar os acionistas, que hoje ganham muito mais dinheiro às custas da população brasileira”, acusou Deyvid Bacelar.
Em 2021, a Petrobras distribuiu R$ 106 bilhões em dividendos aos acionistas. Somente no 1º trimestre de 2022 já foram repassados R$ 48 bilhões aos acionistas.
No governo Bolsonaro a gasolina acumula 155,8% de aumento nas refinarias; o diesel 165,6% e o GLP aumentou 119,1%, fazendo com que o botijão de gás custe mais de R$ 120.
*Leia abaixo outras declarações de petistas sobre o novo aumento:*
Deputado Marcon (RS) – “Depois dos anúncios feitos nesta segunda-feira, 10, aumento de 9% no diesel e salário mínimo valendo menos do que quando “BolsoCaro” assumiu a Presidência, chego em BSB para mais uma semana de trabalho para defender os direitos dos trabalhadores do campo e da cidade”, escreveu.
Deputado Alexandre Padilha (SP) – “Bom dia, apesar do diesel mais caro. Diga aí qual país produtor de petróleo neste mundo que adota Preço Paridade Internacional, além do Brasil?”
Deputado Arlindo Chinaglia (SP) – “É desesperadora a situação dos caminhoneiros. O Brasil piorou com Bolsonaro”.
Deputada Professora Rosa Neide (MT) – “Mais uma pancada no bolso: a partir de hoje o preço médio do litro do diesel vai passar de R$ 4,51 para R$ 4,91, um aumento de 8,87%. São 40 centavos a mais! Esse era o presidente ‘amigo dos caminhoneiros’? Quem lucra? Meia dúzia de acionistas. Quem paga? Eu e você”.
Deputado Bohn Gass (RS) – “Maio de 2018. Bolsonaro culpa Temer e incentiva caminhoneiros à greve na chamada “Crise do Diesel”. Ele disse: “Apenas a paralisação poderá forçar o presidente da República a dar uma solução para o caso.” Em 2018, o diesel estava mais barato do que hoje”.
Héber Carvalho