A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR) e o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) apresentaram os projetos de leis (PL 3518/2024) e (PL 3511/2024) respectivamente, que visa proibir publicidade, divulgação e a propaganda de empresas e casas de apostas online ou não, e de produtos ligados a jogos de azar, inclusive os previstos na Lei das Bets, como ficou conhecida a Lei nº 14.790/2023.
De janeiro a julho de 2024, 25 milhões de pessoas fizeram apostas esportivas, média de 3,5 milhões por mês. Em cinco anos, o número de apostadores chegou a 52 milhões, segundo dados de uma pesquisa de opinião do Instituto Locomotiva. O volume de apostas foi estimado entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões em 2023. A mesma pesquisa mostra que 45% dos entrevistados – jogadores – admitem que as apostas esportivas já causaram prejuízos financeiros, 37% dizem ter usado dinheiro destinado a outras coisas importantes para apostar online e 30% afirmaram ter prejuízos nas relações pessoais.
Para Gleisi, as propagandas podem induzir, principalmente, os mais vulneráveis ao risco financeiro. “A nosso ver, a vedação das ações de comunicação, publicidade e marketing relacionadas às loterias de apostas de quota fixa é essencial para reduzir a exposição da população a conteúdos que podem induzir ao comportamento de risco”.
“As casas de apostas, conhecidas como bets, invadiram o país nos últimos tempos. E se transformaram em problema em vários aspectos, pois já criou uma legião de viciados, arruinando financeiramente famílias e adoecendo apostadores”, afirmou Reginaldo.
Publicidade
Para Reginaldo Lopes, a expansão das bets no país foi sustentada por uma avalanche de publicidade em todos os meios de comunicação, nos campos e camisas de futebol, nas redes sociais, que se utilizam de figuras públicas para anunciar seus jogos.
Os projetos apresentados proíbem todos os meios de comunicação, como vídeos, placas, uniformes, vestuários, rádio, televisão, jornal, peças impressas, redes sociais e internet em geral.
O PL de Reginaldo visa ainda penalizar com multa de R$ 2 bilhões por infração, além de outras penalidades, quem descumprir a legislação, caso seja aprovado .
“Estas casas de apostas trabalham para obter valores de apostas com um único objetivo de lucrar à custa dos brasileiros. Diante de tantos argumentos que demonstram os efeitos negativos dos jogos de azar, é imperativo que se proíba a publicidade, a divulgação e a propaganda de qualquer plataforma ou meio de aposta, para proteger as pessoas deste terrível e arruinador vício”, justifica Reginaldo Lopes no texto do projeto.
Leia as íntegras dos Projetos de Lei (PL 3511/2024) e (PL 3518/2024)
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Lorena Vale