A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) usou a tribuna da Câmara nesta quarta-feira (8) para agradecer a sua reeleição ao povo do Rio de Janeiro e para reafirmar seu compromisso com as bandeiras da inclusão social e dos direitos da mulher, do negro, da juventude, da criança e do adolescente. “Mas a experiência que tive nessas eleições fizeram com que eu pudesse amadurecer e me comprometer a, além de estar com essas bandeiras, que já são tradição na minha trajetória política, sobretudo somar-me àqueles que querem uma reforma política”, afirmou.
Benedita lamentou a não reeleição de deputados comprometidos com os avanços sociais que o Brasil vem experimentando nos últimos 12 anos. “Lamento profundamente que não teremos mais aqui algumas pessoas como o deputado Amauri Teixeira (PT-BA), a minha querida deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), os deputados Edson Santos (PT-RJ), Luiz Alberto (PT-BA), Dalva Figueiredo (PT-AP) e tantos outros. E tudo por quê? Tudo por causa do nosso sistema político eleitoral que privilegia as campanhas mais enriquecidas”.
A deputada Benedita argumentou que a reforma política é necessária para que haja um financiamento de campanha igualitário, com oportunidade para todos, independentemente de sua classe social.
O deputado Renato Simões (PT-SP) também defendeu a urgência para a reforma política. “Essas eleições mostram uma Câmara dos Deputados distanciada do povo, merecendo aquele famoso ‘Não nos representa’ que as ruas manifestaram em junho de 2013 por colocar como avestruz a cabeça debaixo da terra e não visualizar de que forma as instituições democráticas estão perdendo credibilidade na sociedade brasileira”, criticou.
Na avaliação do deputado Renato Simões, A Câmara dos Deputados que sai dessas urnas, “infelizmente, é pior do que a atual, no sentido das grandes reformas do País”. Ele enfatizou que a próxima legislatura será mais conservadora e mais pautada pelo poder econômico. “Vejam os dados preliminares: a bancada ruralista teria aumento em torno de 33%, saltando de 205 para 263 deputados eleitos, quase a metade dos parlamentares desta Casa”, citou. Ele enfatizou que essa bancada é “retrógada e tem inviabilizado os direitos dos povos indígenas, os direitos dos trabalhadores rurais, a luta pela reforma agrária e a luta pela reforma política”.
Na outra ponta, continuou Renato Simões, nós tivemos uma queda de 83 para 46 deputados oriundos do movimento sindical dos trabalhadores de vários partidos. E ao mesmo tempo um aumento de 14% em outra das bancadas retrógadas desta Casa, a chamada bancada evangélica.
“Ora, não há porque não deixar de reconhecer o impacto do financiamento privado de campanhas na moldagem dessas bancadas suprapartidárias de interesse das elites dominantes do País para travar as grandes reformas democráticas e populares pelas quais o povo brasileiro tanto anseia”, avaliou o deputado petista.
Agradecimento – A deputada Fátima Bezerra (PT-RN), eleita senadora no último domingo (5), emocionada também agradeceu os votos recebidos do povo do Rio Grande do Norte. “Estou orgulhosa porque, pela primeira vez, o meu estado terá como representante no Senado Federal uma mulher do povo, uma professora da rede pública de perfil popular, comprometida com as lutas em defesa da educação, com as lutas sociais e em defesa da cidadania” afirmou.
Os deputados Paulão (PT-AL), Valmir Assunção (PT-BA), – reeleitos – e Vanderlei Siraque (PT-SP), que não obteve voto suficiente para garantir mais um mandato parlamentar, também agradeceram os votos recebidos nestas eleições.
Vânia Rodrigues
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