O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Odair Cunha (MG), a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffman (PR), e o coordenador da Frente Parlamentar Contra os Juros Abusivos, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), acusaram nesta quarta-feira (11/12) a atual direção do Banco Central, comandada pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, de tentar sabotar o País ao promover o aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros. Na ultima reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa de 11,25% para 12,25% ao ano. Com o aumento, o Brasil passa a ter a segunda maior taxa real de juros – descontada a inflação – do mundo (9,48%), atrás apenas da Turquia (13,33%) e à frente da Rússia (8,91%), que está em guerra com a Ucrânia.
“É lamentável a decisão do Banco Central de aumentar a taxa Selic de 11,25% para 12,25% ao ano, a segunda maior taxa real de juros do planeta. Num último ato de sabotagem contra o País antes de deixar a presidência do BC, Campos Neto deixa claro, mais uma vez, que atua contra o Brasil e contra o povo brasileiro. Trata-se de um choque de juros contrários aos interesses nacionais, num momento em que a inflação está sob controle, a economia cresce e temos a menor taxa de desemprego da história. O custo da sabotagem aos cofres do país é em torno de 50 bilhões de reais!”, acusou o líder do PT, Odair Cunha, em postagem no X (antigo Twitter).
É lamentável a decisão do Banco Central de aumentar a taxa Selic de 11,25% para 12,25% ao ano, a segunda maior taxa real de juros do planeta. Num último ato de sabotagem contra o país antes de deixar a presidência do BC, Campos Neto deixa claro, mais uma vez, que atua contra o…
— Odair Cunha (@odaircunhamg) December 11, 2024
Irresponsável
A presidenta nacional do PT classificou a decisão do Banco Central de “irresponsável, insana e desastrosa para o País”. Ela ainda desqualificou a justificativa dada pelo BC para o aumento ao escrever em sua conta no X que “não faz sentido e nem seria eficaz para evitar alta da inflação, que não é de demanda” e “nem para melhorar a situação fiscal”, uma vez que o País irá gastar R$ 50 bilhões a mais por ano com pagamentos de juros da dívida pública.
“O BC está ignorando o esforço e sacrifício do governo em tomar medidas fiscais, que já estão no Congresso, para limitar o crescimento da despesa. Mas é o fecho da trajetória nefasta do bolsonarista Campos Neto no BC, responsável pela criminosa sabotagem à economia do País nos dois primeiros anos do governo Lula. Sufocou a economia e o crédito e não cuidou da especulação com o câmbio, que era sua obrigação combater. Já vai tarde Campos Neto. Espero que seu terrorismo fiscal também seja suplantado daqui para frente”, ressaltou Gleisi Hoffmann.
Na mesma linha, o deputado Lindbergh Farias postou em suas redes sociais um vídeo onde também acusa o atual presidente do Banco Central de tentar prejudicar o crescimento do País. Neste ano, o crescimento do PIB vai ultrapassar os 3%. O Mercado Financeiro no início do ano apontou que não chegaria a 1,5%.
“Isso que o Banco Central está fazendo é um absurdo. Vocês sabem quanto a gente já gastou com o pagamento de juros nos últimos 12 meses? 869 bilhões de reais. Sabe o que significa esse 1% a mais? 50 bilhões. Sabe quanto vai ser o déficit primário do governo, que eles ficam em cima, “ah, o governo está gastando muito”, de tudo nesse ano vai chegar a menos de 50 bilhões. Isso (aumento de juros) trava a economia e prejudica novos investimentos, o pequeno empreendedor, o empresário e o trabalhador. É um escândalo”, apontou.
Beneficiados com a alta dos juros
Apesar de prejudicar o País, Lindbergh Farias esclareceu que uma pequena minoria de brasileiros vai ganhar muito dinheiro com o aumento da taxa de juros. “Isso é um conluio. Deveria existir uma investigação séria de quanto eles (beneficiados com a alta de juros) estão ganhando. Eu mesmo denunciei o Campos Neto, e até agora ele bloqueou na justiça (a investigação), e provei que ele tem empresas, fundos (de investimento) que ganhavam quando a Selic aumentava. Desculpe a minha indignação, mas esse é um momento de revolta com o que esses canalhas estão fazendo com o nosso País”, desabafou.
Héber Carvalho