O deputado Luiz Couto (PT- PB),em pronunciamento feito na tribuna da Câmara nesta quarta-feira (3), alertou para o perigo que o “conluio” entre instituições e setores da mídia brasileira pode causar ao País. Na avaliação do parlamentar, a imoralidade em que se transformou a relação entre órgãos do Poder Judiciário e alguns veículos da imprensa brasileira coloca em risco o processo democrático construído à custa de muitas vidas. Ele disse que a trama ardilosa montada para criminalizar o ex-presidente Lula não prevalecerá.
“A prevalecer na consciência coletiva a desonestidade de determinados setores da imprensa brasileira, em conluio com setores do Ministério Público, da Justiça e da Polícia Federal, que atuam seletivamente no vazamento e midiatização de informações, isso trará consequências muito ruins para a jovem democracia brasileira”, denunciou Luiz Couto.
Para ele, o mais recente episódio de “pistolagem midiática” está sendo desferido contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na avaliação de Luiz Couto, isso ocorre uma vez que a investida autoritária e golpista contra a presidenta Dilma perdeu fôlego. Com isso, reforça o deputado, os opositores retomam as baterias contra o maior líder popular e o mais popular presidente da história do Brasil.
Ele contou que promotores de Justiça se mostram indolentes com os malfeitos praticados por décadas nos governos tucanos de São Paulo e tentam a qualquer custo associar a figura do ex-presidente Lula à Operação Lava-Jato e envolvê-lo na Operação Zelotes. Couto argumentou que “as suspeitas infundadas soam como acusações fulminantes, urdidas com estardalhaço, trombeteadas como espetáculo, repisadas por dias a fio”. Segundo Couto, é mais uma tentativa de assassinar sumariamente a imagem do líder petista.
“As sucessivas tentativas de emboscada e linchagem contra Lula da Silva machucam, maltratam e sangram, mas não matam. Lula já é imortal na história, pela sua trajetória pessoal e epopeia política. Os assassinos de reputações não prevalecerão”, assegurou.
O deputado chamou atenção também para o que classificou de “mídia desonesta”. Segundo ele, essa mídia inverteu a garantia constitucional da presunção de inocência, preservando, no entanto, os políticos e empresários que lhe são alinhados. “Em sua sedenta ânsia, a mídia dita liberal esqueceu um importante pilar do liberalismo, invertendo a máxima, e agora quase todos são culpados, até que se prove o contrário”, protestou Couto.
“Um policial ou um promotor que, sob encomenda, só encontram o que querem encontrar, levantam uma suspeita, tramam o vazamento via um desses jornalões ou semanários carimbados da velha imprensa marrom, e está pronto o escândalo de grandes proporções”, indignou-se o petista.
Combate à corrupção – Luiz Couto lembrou que o combate intensivo a atos ilícitos só começou nos últimos 12 anos nos governos Lula e Dilma. Para ele, o Brasil apenas começou a passar a limpo a política e o Estado, depois de “séculos de intocada corrupção e sonegação fiscal”. No entanto, ele frisou que a mídia, que faz oposição a um governo que não lhe atende à expectativa, “deturpa, corrompe e falseia cotidianamente os acontecimentos”.
“Ao privilegiar a criminalização do governo federal, do Estado brasileiro e do Partido dos Trabalhadores, a imprensa partidária almeja criminalizar a própria política, porque acredita que o mercado deve prevalecer na sociedade de consumidores”, lamentou.
Poder econômico – Há também conforme apontou o deputado, uma trama de esvaziamento da política e do Estado em favor do mercado e do poder econômico. Ele disse ainda que setores de comunicação com viés liberal travam uma “ferrenha disputa por audiência, leitores e anunciantes e, que, nesse vale-tudo, esses setores da imprensa cometem os mais acintosos ataques às pessoas, como verdadeiros linchamentos públicos”.
Benildes Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra / PT na Câmara