Petista aponta possível relação entre o caso das joias e a privatização da refinaria Landulpho Alves

Deputado Pedro Uczai. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Ao discursar na tribuna da Câmara nesta terça-feira (14), o deputado Pedro Uczai (PT-SC) apontou a possível relação entre o caso escandaloso das joias, envolvendo Bolsonaro e Michelle, e a venda da refinaria Landulpho Alves (Rlam), da Bahia, para o Mubadala Capital. À época, o Governo Bolsonaro recebeu a bagatela de US$ 1,65 bilhão, o equivalente a R$ 10 bilhões. Já as joias “doadas” pelo governo da Arábia Saudita são avaliadas em R$ 16,5 milhões. Uczai exige investigação dos fatos.

“Essa relação possível precisa ser investigada. A privatização da refinaria Landulpho Alves pela metade do preço – porque ela valia R$ 20 bilhões e foi privatizada por R$ 10 bilhões. Existe crime na privatização? Existe irregularidade na privatização? Existe propina na privatização que virou joias escondidas para não serem legalizadas?”, questionou Uczai.

Para Uczai, o grave problema não são as joias, mas a privatização e o desmonte do patrimônio do povo brasileiro. De acordo com ele, esse patrimônio agrega valor, que tem capacidade de fazer o refino, de gerar emprego e de promover o desenvolvimento para o Brasil.

O deputado anunciou que vai instalar a CPI das joias relacionada à privatização da refinaria Landulpho Alves. “Quem sabe, essa seja a CPI necessária que os bolsonaristas deveriam defender. A verdade dói. A verdade vai vir à tona, e nós vamos devolver ao povo brasileiro o patrimônio que é dele, mas foi roubado pelo governo anterior”, destacou Uczai.

Privatização da RLAM

A venda da Refinaria Landulpho Alves, localizada em São Francisco do Conde, na Bahia e seus ativos logísticos ocorreu em novembro de 2021. Com a operação, a Rlam passou a se chamar Refinaria de Mataripe.

Bacia das almas

Quando se aventou a possibilidade de privatização, o deputado Jorge Solla (PT-BA) promoveu audiência pública para debater o tema. Na ocasião, o parlamentar relatou que no dia 24 de março – quando o País atingia a macabra soma de 300 mil mortos em decorrência da pandemia de Covid-19 -, o Conselho de Administração da Petrobras se reunia para deliberar sobre a privatização da Refinaria Landulpho Alves.

“Aturdidos pela catástrofe sanitária, a sociedade e os meios de comunicação não se deram conta ou não divulgaram como deveriam, que a venda da Rlam se consumava a preço vil. Negociada, como se diz, na bacia das almas”, reclamou o deputado à época.

 

Benildes Rodrigues

 

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