Pesquisadora denuncia falta de manutenção de estações meteorológicas no País

Em audiência pública nessa quinta-feira (29), na Comissão Externa da Câmara destinada a acompanhar e promover estratégia nacional para enfrentar as queimadas em biomas brasileiros, a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pantanal Balbina Soriano denunciou a inatividade de diversas estações meteorológicas no País. Essas estações são necessárias para ajudar no monitoramento dos riscos de incêndios florestais. A reunião foi coordenada pela deputada federal Professora Rosa Neide (PT-MT) e pelo deputado federal Nilto Tatto (PT-SP).

Balbina Soriano informou que as estações são geridas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), vinculado ao Ministério da Agricultura, e que de acordo com ela não tem disponibilizado técnicos para irem a campo fazer manutenção nas unidades. “Precisamos de dados diários dessas estações para efetuar o trabalho de monitoramento dos riscos de incêndios no Pantanal, mas estamos com essa dificuldade pois os dados advêm dessas unidades meteorológicas e grande parte delas estão paradas. Quando cobramos o Inmet eles dizem que estão com problemas devido à pandemia para enviar técnicos in loco para efetuar a manutenção”, explicou.

Professora Rosa Neide afirmou que a Comissão fará um comunicado oficial ao Inmet e demais órgãos de governo para cobrar a efetiva manutenção das estações, bem como para a regularidade de todos os dados necessários visando a manutenção do Sistema de Alerta de Risco de Incêndio para o Pantanal (Saripan), desenvolvido pela Embrapa Pantanal.

O deputado Nilto Tatto também destacou a necessidade de construção de mais estações meteorológicas no Pantanal. O mapa de localização das unidades, apresentado na reunião pela pesquisadora, atesta que o bioma possui poucas estações. A maior parte delas está localizada nas regiões Sudeste e Sul. “Regiões de alto poder aquisitivo”, ressaltou Tatto.

Em sua apresentação Balbina Soriano afirmou ainda que os índices de chuvas nos meses de janeiro a março de 2021 ficaram abaixo da média e que a seca de 2020 deve se repetir este ano, o que aumenta as chances de reedição dos incêndios. “Por isso precisamos da realização de todas as iniciativas de prevenção agora, para que a tragédia não se repita”.

Povos originários e tradicionais

A audiência contou ainda com participação da coordenadora da Rede de Comunidades dos Povos Tradicionais do Pantanal, Cláudia de Pinho; da representante da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt) Eliane Xunakalo; do representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) João Moisés Bispo; e do professor indígena Terena de Mato Grosso do Sul Valdevino Gonçalves Cardoso.

Eles relataram as dificuldades de restauração natural do Pantanal no pós-incêndio. As chuvas abaixo da média histórica que caíram no bioma entre novembro de 2020 e março de 2021 não foram suficientes para inundar a planície e restaurar a vegetação. Eles citaram as dificuldades de subsistência dos povos indígenas, quilombolas e tradicionais.

Rosa Neide perguntou se após os incêndios as comunidades chegaram a receber alguma assistência dos governos federal e estadual. A parlamentar lembrou que é autora da projeto de lei (PL 1142/2020), que deu origem à lei 14.021, que estabelece segurança alimentar emergencial, oferta de água potável e assistência médica, aos indígenas, quilombolas e ribeirinhos em função da pandemia de Covid-19.

“Não, deputada. Nenhuma ação dos governos chegou em nossas comunidades. As poucas ações que temos de apoio como entrega de cestas básicas e sementes são desenvolvidas pela sociedade civil”, disse Cláudia de Pinho. A representante da Fepoimt citou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) entregou algumas cestas, porém o principal apoio que tanto os indígenas Guatós, quanto os Bororos que habitam no Pantanal têm recebido são de entidades não governamentais.

O representante da Conaq denunciou ainda as atividades mineradoras no entorno do bioma, em Poconé-MT. Segundo João Bispo, tal atividade tem contribuído para a poluição das águas do Pantanal e o “assoreamento dos rios Bento Gomes, Macaco e Sangradouro, que foram impactados pela seca em 2020 e provavelmente devem passar pela mesma situação este ano”.

A deputada afirmou que a Comissão também tomará as providências junto aos órgãos de governo, para cobrar o atendimento previsto em lei aos povos que habitam o Pantanal.

Assessoria de Comunicação

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex