Entidades e profissionais da área de saúde, políticos, artistas e movimentos sociais lançaram manifesto “Loucura não tortura e vozes não se calarão” em defesa das históricas conquistas da luta antimanicomial e contra a tentativa de censura ao deputado Alexandre Padilha (PT-SP), feita pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), por causa de crítica do parlamentar aos desmontes e retrocessos que o governo Bolsonaro tem feito na política de saúde mental adotada pelo País.
“Os manicômios no período da ditadura tentavam calar os gritos e vozes de quem sofria com transtornos mentais. Hoje tentam calar as vozes de quem critica o retrocesso das políticas de saúde mental do Bolsonaro, que abrem uma avenida para o retorno das práticas manicomiais. Lutamos muito pela democracia, pelo funcionamento do Congresso e para acabar com os manicômios no Brasil e não permitiremos que calem a nossa voz. Utilizaremos todos instrumentos para garantir o direito a opinião e a voz daqueles que não querem o retorno das práticas manicomiais no Brasil”, afirmou Padilha.
O parlamentar agradeceu a todos que estão nessa luta. “Agradeço a todos e todas que se juntam nesta luta, que não é uma luta individual, mas da Câmara dos Deputados, da luta antimanicomial e da democracia”.
O manifesto é assinado pela presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR); pelas deputadas Erika Kokay (PT-DF), Benedita da Silva (PT-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ); pelos senadores do PT, Jaques Wagner (BA) e Humberto Costa (BA); pela ex-presidenta Dilma Rousseff; pelos ex-ministros Arthur Chioro, Aloizio Mercadante e Eleonora Menicucci; além do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo; do Instituto Vladimir Herzog; do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo; Gastão Wagner, João Pedro Stedile; Fábio Porchat; Gregório Duvivier; Tata Amaral, Teresa Cristina; entre outros.
Crítica
Em fevereiro de 2019, o ex-ministro da saúde publicou, em suas redes sociais, um vídeo criticando uma nota técnica do Ministério da Saúde, que defendia, entre outros pontos, a autorização para internação de crianças e adolescentes em hospitais psiquiátricos, compra de equipamentos de eletrochoque (eletroconvulsoterapia) para tratamentos e abstinência como método terapêutico. Segundo Padilha, a nota era um “ataque direto às conquistas adquiridas pela luta antimanicomial”.
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Lorena Vale