Pelegrino defende união das oposições e dos movimentos sociais contra os retrocessos

O deputado federal Nelson Lula Pelegrino (PT-BA), em artigo, destaca que é necessária unidade da esquerda e do campo democrático popular para defender o Estado Democrático de Direito no País. Os partidos de oposição visam a construção de um “Projeto Nacional de Desenvolvimento para o qual convergem amplas forças políticas, sociais, culturais e econômicas”. O parlamentar baiano lembra que a prisão política de Lula revela tempos sombrios no Brasil, que exigem a mobilização e a união dos movimentos sociais e das siglas de oposição. Veja abaixo a íntegra do artigo:

 

A união contra o retrocesso

 

Todas as forças, setores e entidades progressistas se unem hoje por um objetivo comum: combater o crescimento fascista e defender o Estado Democrático de Direito. Exemplo deste processo foi o manifesto “Unidade Para Reconstruir o Brasil”, lançado em fevereiro. Trata-se do esforço colaborativo das fundações partidárias do PT, PCdoB, PDT e PSol, visando um Projeto Nacional de Desenvolvimento para o qual convergem amplas forças políticas, sociais, culturais e econômicas.

Desta união, nasce uma base programática conjunta, favorecida pelo amplo diálogo. Assim, mesmo que haja múltiplas candidaturas das esquerdas para a presidência da República, no fim e na essência todos estarão do mesmo lado, com apoio mútuo para o bem do País. Afinal, as eventuais diferenças são bem menores que nossos ideais compartilhados: devolver ao Brasil um governo legítimo, comprometido com o bem-estar social, a soberania nacional e com os valores democráticos. O documento conta também com apoio das fundações Lauro Campos; Leonel Brizola; Perseu Abramo; e Maurício Grabois. Esta reconstrução precisará envolver os sindicatos e centrais dos trabalhadores; os movimentos sociais, como o Levante Popular da Juventude, o Povo Sem Medo, o MST e o MTST; as entidades estudantis; a imprensa democrática, etc.

A jovem democracia brasileira está sendo ferozmente atacada desde 2014, quando os setores conservadores não aceitaram mais uma derrota nas urnas. O segundo governo de Dilma Rousseff foi sabotado desde o início por uma oposição predatória, resultando numa grave crise econômica. A partir de então, o que se viu foi o empenho da direita em desmontar toda a política social construída nos últimos anos, símbolo de sucesso internacional, que retirou o Brasil do mapa da fome e o elevou a 6º economia mundial em 2011. O golpe ainda serviu para desmontar nossas estatais, enfraquecer o Estado e precarizar os direitos trabalhistas. Paralelamente, o ódio se espalha incensado pela mídia elitista.

Por isso, é urgente o envolvimento dos setores oprimidos, que representam a grande maioria da população. A unificação, que forma uma nova maioria política e social, ocorre desde o golpe de 2016, mas se revigorou com a prisão política do ex-presidente Lula. As mobilizações partem da militância e precisam se espalhar pela sociedade. Depois de tantas maldades pós-golpe, o povo já percebeu que o que está em jogo não é apenas a liberdade do maior líder popular do planeta, mas o futuro do Brasil e os direitos de cada um de nós. O povo é soberano e precisa novamente impor seu poder. O País que queremos depende desta comprometida, fraterna e verdadeira união.

 

  • Nelson Lula Pelegrino é deputado federal (PT-BA)

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