Na opinião do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), apesar dos mais de 60 pedidos de impeachment protocolados na Câmara contra o presidente Jair Bolsonaro, “é ilusão” esperar que o Congresso deflagre o processo sem pressão da sociedade e mobilização “exigindo uma ruptura institucional, que é o que significa o impeachment”. Porém, para ele, pela primeira vez desde o início do atual governo, é possível observar no país uma “mudança de humor e de ambiente”.
Nos últimos dias, setores de esquerda e direita se manifestaram pedindo o fim do governo Bolsonaro. “São mais setores e pessoas que saem da passividade. Essa mudança do ambiente social é que levará inevitavelmente ao processo de impeachment no Congresso Nacional”, acredita o deputado.
Em sua opinião, com as atitudes negacionistas do presidente, ao mesmo tempo em que a pandemia de covid-19 avança, a maioria da população começou a entender que as pessoas mortas não são apenas números. “Desprezo pela ciência, pela vacina, pelo oxigênio, mata quem as pessoas conhecem, que têm endereço e família. As pessoas já entendem que cada uma dessas vidas que foram perdidas não é simplesmente parte de uma estatística.”
Câmara
Para Pimenta, o resultado da eleição para a presidência da Câmara, na próxima segunda-feira (1º), pode dificultar um processo de impeachment de Bolsonaro. “A eleição de Arthur Lira é uma tentativa de Bolsonaro de impedir que, mesmo que se crie o ambiente do impeachment, ele tenha alguém de sua confiança na presidência, como fez com o procurador-geral da República (Augusto Aras). E também como tenta controlar a Polícia Federal, a Abin, a Receita Federal”, diz Pimenta.
“Com certeza, se o candidato do Bolsonaro (Lira) vencer, vai ser mais difícil ainda criar o ambiente necessário para derrubá-lo desse lugar onde jamais poderia estar”, avalia o petista. A opinião é a mesma do diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), Antônio Augusto de Queiroz. Salvo surpresas, a eleição da Câmara deverá ser definida entre os deputados Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Casa, e Arthur Lira (PP-AL), o nome de Bolsonaro.
Por Rede Brasil Atual