Paulo Pimenta diz que 2018 se inicia com mobilização em defesa de Lula e da democracia

O ano de 2017 ficou caracterizado no Parlamento e nas ruas como o ano de resistência do PT, das oposições e dos movimentos sociais e sindicais, contra a retirada de direitos promovida pelo governo ilegítimo de Temer. A avaliação é do novo líder da Bancada do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), que assumirá o cargo em definitivo no dia 2 de janeiro. “Em 2018 os desafios serão ainda maiores e têm dois assuntos que não podem esperar o ano começar, e que precisam de mobilização imediata. O primeiro é o julgamento  do ex-presidente Lula em Porto Alegre, no dia 24 de janeiro; e o outro é a Reforma da Previdência, que estará na pauta na primeira semana de trabalho legislativo do próximo ano, em fevereiro”, alertou.

Em entrevista ao PT na Câmara, com transmissão ao vivo pela página da bancada no facebook, na tarde desta quinta-feira (21), Paulo Pimenta fez um balanço do trabalho parlamentar ao longo de 2017. Ele destacou a importante atuação do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) na liderança da bancada e alertou para a necessidade de deputados, senadores, trabalhadores e movimentos sociais se manterem mobilizados a fim de evitar retrocessos. “A Bancada do PT lutou muito, se não fosse isso a Reforma da Previdência teria sido aprovada”, analisou.

Para o deputado Pimenta é fundamental aproveitar esse período de festas de fim de ano e recesso parlamentar, em que os deputados e senadores estão nas suas bases, para fazer o convencimento, para deixar muito claro que aqueles que votarem pela reforma que acaba com a aposentadoria não voltarão para o Congresso nas eleições de 2018.

Mobilização – Paulo Pimenta informou sobre a mobilização e as manifestações que ocorrerão em Porto Alegre. Ele chamou a atenção para a deliberação do Diretório Nacional do PT e da Frente Brasil Popular, que definiu o dia 13 de janeiro como “Dia Nacional de Luta em Defesa da Democracia e do ex-presidente Lula”, com manifestações em todo o País. “A defesa do presidente Lula nas ruas começa no dia 13, com manifestações preparatórias para Porto Alegre, no dia 24. Será uma grande jornada de luta pela democracia e por justiça”, reforçou.

O novo líder do PT alertou que o julgamento no Tribunal Regional (TRF4) no dia 24 está marcado às 8h30, por isso as mobilizações e manifestações começarão nos dias 22 e 23. “Estou consultando a nossa bancada para viabilizar uma reunião no dia 22 lá em Porto Alegre. A reunião da Executiva Nacional do PT está marcada para o dia 23, também em Porto Alegre. A capital gaúcha viverá dias de fortes mobilizações e manifestações. Haverá marcha de movimentos sociais que partirá de várias cidades do interior do estado, com caravanas de todo o Brasil, além de atos com participação de lideranças internacionais e a presença de pessoas de renome no mundo político, cultural e esportivo”, antecipou. Segundo Pimenta, o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, o craque argentino Diego Maradona e o vocalista do U2 Bono Vox são aguardados em Porto Alegre.

Perseguição – O líder Paulo Pimenta falou também da perseguição ao ex-presidente. “Lula é injustiçado e perseguido porque ele está sendo condenado sem prova e, mais grave, sem crime”, afirmou. O deputado enfatizou que Lula não praticou nenhuma ilegalidade e que não há nenhum documento que demonstre atos que justifique a sua condenação.

Foto: Magno Romero

Na avaliação do deputado Paulo Pimenta, Lula é perseguido porque fez um governo contrário aos interesses das elites, porque desenvolveu políticas públicas e incluiu milhões de brasileiros, porque investiu em educação e porque ampliou direitos trabalhistas. “Lula é perseguido porque quer voltar a presidir esse País para revogar todos os retrocessos, desmonte e entreguismo do governo golpista”, sintetizou.

Julgamento – Paulo Pimenta criticou também a pressa do TRF 4 para julgar Lula. Ele lembrou que em entrevista, o presidente do tribunal, Thompson Flores, chegou a anunciar que o julgamento aconteceria em agosto ou setembro, pela ordem normal dos processos que tramitam naquela corte. Citou ainda que pelo regimento interno do TRF4 o julgamento deve observar a ordem cronológica dos processos, com exceções para os casos de prescrição ou de réu preso. “O processo Lula não está nas excepcionalidades”, observou.

O novo líder destacou ainda que o TRF 4 volta do recesso judiciário no dia 21 de janeiro, mas o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça só retomam as atividade em fevereiro. “Como é possível se ter um julgamento quando as duas Cortes Supremas de apelação para resguardar o direito constitucional não estão funcionando?”, indagou.

2018 – O líder encerrou a entrevista afirmando que as bancadas do PT na Câmara e no Senado, o partido, os movimentos sociais, os sindicalistas e os trabalhadores brasileiros seguirão juntos na luta e na resistência. “Seguiremos juntos na luta, mas também nas grandes vitórias que virão no próximo ano”, afirmou.

 

Vania Rodrigues

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