Após a audiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, na qual os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Wadih Damous (PT-RJ) protocolaram requerimento para ouvir o conteúdo da gravação da conversa que tiveram com o advogado Rodrigo Tacla Duran, com denúncias de irregularidades nas delações premiadas da operação Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima fez insinuações intimidatórias em uma rede social. Carlos Fernando afirmou que as críticas feitas por Pimenta ao processo de delações premiadas seriam em função das “revelações de como a política é feita hoje em dia” e avisou que “2018 vem aí”.
Por sua vez, Paulo Pimenta reagiu com indignação e classificou como “ameaça” o post do procurador da Lava Jato de Curitiba. “Nem a ditadura ameaçava seus opositores de forma tão explícita. Será que isso tem a ver com o conteúdo do áudio de Rodrigo Tacla Duran, que eu e Wadih Damous protocolamos hoje na CPMI?”, questionou Pimenta. “Dr. Carlos Fernando, ainda não nasceu o Procurador que vai me intimidar!!”, disse Pimenta.
A 11° reunião que ouviria o ex-diretor de relações institucionais da J&F, Ricardo Saud, nesta terça-feira (31), teve a duração de quase quatro horas. No entanto, Saud decidiu permanecer calado com o argumento de que só falará quando seus direitos constitucionais forem restabelecidos.
Sob protesto de parlamentares, os governistas mantiveram os questionamentos e decidiram votar e aprovar requerimento de convocação do empresário Vitor Garcia Sandri.
O colegiado aprovou ainda requerimento do deputado Wadih Damous de realização de audiência pública com os seguintes convidados: Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, professor titular da Universidade Federal do Paraná; Alexandre Morais da Rosa, professor titular de processo penal na Universidade Federal de Santa Catarina e juiz de direito em Santa Catarina; Eugênio Aragão, Procurador da República; Geraldo Prado, professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro; Aury Lopes Junior, advogado, jurista e professor de Direito Processual Penal na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; José Joaquim Gomes Canotilho, professor catedrático da Universidade de Coimbra – Portugal.
Os governistas, por sua vez, aprovaram a inclusão dos nomes do Procurador Deltan Dallagnol, do Juiz Sérgio Moro, do Juiz Márlon Reis, do Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cláudio Lamachia, e do ministro Gilmar Mendes.