O deputado Paulão (PT-AL) registrou, em plenário, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado recentemente, e que aponta Alagoas como o estado mais violento para negros no país, onde há a menor expectativa de vida para homens da etnia em razão da violência. “Essa situação só faz entristecer o Brasil”, disse o petista.
Paulão destacou que segundo a pesquisa, as mortes violentas de negros no Brasil estão associadas, em parte, à questão socioeconômica. “A perpetuação de estereótipos sobre o papel do negro na sociedade muitas vezes o associa a indivíduos perigosos ou criminosos, o que pode fazer aumentar a probabilidade de vitimização desses indivíduos, além de fazer perpetuar determinados estigmas”, afirmou.
Segundo o estudo, feito com dados do Sistema de informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde e do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de negros e pardos (93,9 milhões) quase alcança a de não negros (96,7 milhões), mas a incidência de mortes violentas na primeira parcela é muito maior.
A taxa de homicídios de negros no Brasil é de 36 para cada 100 mil; para não negros, ela é de 15,2. Ou seja, para cada homicídio de não negro no país, 2,4 negros são assassinados. Em Alagoas, estado que encabeça a lista, o índice sobe para 17,4 negros mortos para cada não negro assassinado.
Gizele Benitz