Em pronunciamento na tribuna da Câmara nesta quinta-feira (30), em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, o deputado Paulão (AL) reconheceu os desafios da sua nova empreitada à frente do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania, e traçou um paralelo entre a defesa da vida – princípio que fundamenta os direitos humanos -, e o descaso com a pandemia da Covid-19 que já está prestes a atingir a triste marca de 600 mil vidas perdidas.
“Essa missão que o partido me designou é motivo de muito orgulho, que é a criação do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania. O PT tem núcleos de outras temáticas, como o agrário, educação, saúde, economia e finanças. Agora, essa nova tarefa, como diz um colega de Alagoas, é hercúlea, mas desafiadora”, observou.
Ao discorrer sobre a temática, Paulão afirmou que fazer a discussão de direitos humanos no plano nacional e internacional é discutir a vida, a defesa da vida. Segundo ele, o povo vivencia um momento de muita complexidade, que é “este fenômeno da Covid-19”.
O deputado lembrou que o vírus é originário da China e, segundo ele, está comprovado – de uma forma científica – “que resultou de um desequilíbrio do ser humano, principalmente da sua ganância, no sentido de não respeitar a natureza”.
“Esse vírus consegue atacar todas as potências, inclusive a maior potência militar, os Estados Unidos, que pode ter uma visão de guerra convencional, mas não conseguiu vencer o vírus de forma inteligente”, constatou o parlamentar.
Presidente genocida
De acordo com o deputado, o Brasil, está na casa de 600 mil mortes. “No começo, eram só números. Hoje, quem está ouvindo e vendo este pronunciamento, sabe que, em cada família, há algum colega de infância, colega de moradia, de local de trabalho, de estudo que foi vitimado”, citou.
O deputado lamentou o fato de o Brasil não estar sendo governado por um presidente que tenha compromisso e responsabilidade com o seu povo. “É pena que no momento em que surgiu a Covid não tínhamos um presidente com estatura para ser o grande gestor desta cruzada pela vida”, enfatizou. O parlamentar alagoano lembrou ainda que, ao contrário, Bolsonaro negou a ciência, não respeitou os protocolos da Organização Mundial da Saúde”.
O deputado citou também que, ao invés de Bolsonaro promover uma grande unidade com os governadores na cruzada contra o coronavírus, o presidente os elegeu como inimigos, principalmente os governadores do nordeste que, segundo o deputado, “tiveram a coragem de criar o Consórcio do Nordeste, para otimizar uma ação que fortalecesse as políticas públicas de saúde”.
“Nós temos um presidente que contraria a Organização Mundial da Saúde. Em 2020, quando ele é procurado pela OMS para assinar o protocolo da Covax Facility, ele não o aceita e só vai fazê-lo depois de setembro ou outubro do mesmo ano. Nesse intervalo quantas famílias foram vitimadas?”, indagou.
Quadrilha no poder
Paulão disse ainda que a postura de Bolsonaro diante do combate ao coronavírus levou o Senado a criar e instalar uma CPI a fim de apurar a conduta do presidente diante da catástrofe sanitária que deixou órfãos milhares de famílias.
“O Senado Federal de forma altiva cria uma CPI – que esta Casa não teve a estatura de criar -, e que a cada dia revela as mazelas do poder, os interesses que permeiam principalmente as instituições da saúde, que estabeleceram uma verdadeira quadrilha montada no Ministério da Saúde, uma verdadeira quadrilha”, denunciou.
Familícia
Para o deputado, essa “quadrilha” é capitaneada por integrantes da família Bolsonaro. “O presidente da República sabia, ele está envolvido no processo da corrupção direta. O seu filho, além de estar envolvido no Senado, é ainda um novo rico, que esbanja poder comprando uma casa de R$ 6 milhões em Brasília, só para os super-ricos. É o mesmo caso da sua ex- companheira e do seu filho mais novo”, criticou.
Nas redes e nas ruas
Para defenestrar Bolsonaro do Palácio do Planalto, o deputado sustenta que as ações nas redes e nas ruas são fundamentais. “É por isso que o dia 2 é um dia de luta, é um dia em defesa da democracia, é um dia em defesa do povo brasileiro, e a palavra de ordem central para o dia 2 é: Fora, genocida! Fora, Bolsonaro!”, finalizou Paulão.
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Benildes Rodrigues