Paulão denuncia corte de R$ 35 bilhões no orçamento da saúde em plena pandemia de Covid-19

O deputado Paulão (PT-AL) denunciou, na sessão  virtual da Câmara desta segunda-feira (14), o ataque que o governo Bolsonaro vem fazendo na saúde pública do Brasil. Em plena pandemia da Covid-19, que já matou mais de 181 mil brasileiros, o governo federal retirou R$ 35 bilhões do orçamento do Ministério da Saúde para o ano de 2021, enquanto o orçamento das Forças Armadas chega a quase R$ 150 bilhões.

Para o deputado, o corte ataca principalmente o Sistema Único de Saúde (SUS), que é um dos maiores programas de saúde pública do mundo, afetando a instituição e desmontando programas como o de vacinas retrovirais e o de Saúde Mental, por exemplo. “Se nós não tivéssemos o SUS, possivelmente o processo desta curva exponencial de mortes, que já é tão alta e que irresponsavelmente o presidente e o ministro da Saúde não levam em consideração, seria pior ainda”.

O parlamentar questionou as prioridades do governo. “Como é que estamos no processo de pandemia, de queda na economia, e a prioridade do governo neste momento é fortalecer o orçamento das Forças Armadas para obtermos submarino atômico, lançadores de mísseis e construção de aviões de porte? A prioridade deveria ser políticas sociais, como: educação, saúde, assistência social, agricultura, cultura e tantas outras”, desabafou.

E reforçou: “Neste momento, repito, enquanto o mundo enfrenta a Covid, as Forças Armadas têm o orçamento de R$ 150 bilhões e não teve a capacidade tecnológica, até hoje, de construir um respirador?”.

Segundo Paulão, o Brasil já foi um dos principais produtores de respiradores artificiais do mundo, mas quando o ex-presidente Fernando Collor assumiu, ele desmontou a indústria nacional. Hoje os respiradores estão concentrados em um único país: a China, que produz 85% de respiradores do mundo.

Pacto pela vida

O deputado alagoano defendeu a união de todos, independente da ideologia, em prol da vida dos brasileiros. “Tem que haver unidade de ação entre nós, independentemente da polarização ideológica. Em primeiro lugar, deveríamos fazer a defesa da vida. Não existe uma programação de vacinação, de compra de seringa. Isso é gravíssimo”, denunciou. Na sua avaliação, é fundamental estabelecer um pacto pela vida. “E a vida é discutir prioridades, canalizando recursos do orçamento para a saúde, para o sistema SUS, para questões retrovirais, para não aceitar o desmonte que está sendo feito em relação ao Programa de Saúde Mental, que está atacando diretamente moradores em situação de rua”, apontou.

Paulão também pediu que, nesta reta final, o Parlamento dê prioridade a projetos que sejam uma “ponte para o Brasil”, como as políticas sociais e principalmente a saúde.

“Temos que ter um olhar para a saúde, não podemos aceitar o desmonte do SUS, que além de estar na Constituição tem o controle social. Mas, para isso, é necessário ter o orçamentário e o financeiro. Se depender do general Pazuello (ministro da Saúde), ele não tem compromisso. Se depender do presidente Bolsonaro, ele também não tem compromisso. O Bolsonaro, hoje, sem dúvida alguma, não defende a vida. Ele é o anjo da morte”, lamentou.

Lorena Vale

 

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