Placas da Rua Marielle Franco – vereadora barbaramente assassinada por milicianos, no Rio de Janeiro, em março de 2018 – foram levantadas no plenário da Câmara, nesta quarta-feira (30), em protesto contra o deputado Daniel Silveira, condenado pelo SFT a usar tornozeleira eletrônica, mas que transita pelas dependências da Casa para afrontar a decisão da Suprema Corte brasileira.
A truculência de Silveira já é bastante conhecida pelos seus pares. Em 2108, o então candidato a deputado federal chocou a população brasileira ao quebrar uma placa semelhante, usada para nominar a rua em que Marielle foi assassinada, no centro do Rio de Janeiro, em homenagem à vereadora.
“Nós não podemos esquecer Marielle Franco. Esta homenagem precisa ser feita sempre. No Rio de Janeiro, uma vereadora mais votada recebeu esta homenagem. Na rua em que ela foi assassinada havia uma placa. Arrancaram e quebraram essa placa da Marielle Franco”, lembrou Rogério Correia (PT-MG) do ato brutal praticado, à época, por Silveira.
Indignação
O clima de indignação tomou conta dos parlamentares do PT, do Psol e da Rede, que subiram na tribuna em defesa de justiça e em respeito à memória de Marielle Franco, conhecida pela defesa intransigente dos direitos humanos, e por dias melhores para a população.
“Alguns acham, ao contrário disso, que ela mereceria placas como esta, que fossem quebradas e fizeram disso instrumento eleitoral de ofensa a uma pessoa covardemente assassinada”, criticou e lamentou Correa.
As práticas condenáveis de Daniel Silveira levaram o Conselho de Ética da Câmara a suspendê-lo por um período de seis meses. A decisão precisa da aprovação do plenário da Casa. A líder do Psol, deputada Sâmia Bomfim (SP), defendeu que o Plenário vote o pedido e suspensão de seis meses do mandato de Silveira que se encontra parado, sem análise na Mesa da Câmara.
“Se tem aqui uma meia dúzia de deputados que vem à tribuna defendê-lo, eu duvido que o conjunto dos deputados vai colocar sua digital nessa história vergonhosa”, afirmou Sâmia.
Os líderes das bancadas do Partido dos Trabalhadores, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), e da Minoria na Câmara, deputado Alencar Santana (PT-SP), juntamente com os deputados Elvino Bohn Gass (PT-RS) participaram do protesto.
Benildes Rodrigues