Deputados da bancada do PT participaram hoje de um ato em frente à embaixada de Honduras em Brasília, em protesto contra o governo de facto daquele pais e a favor do retorno do presidente Manuel Zelaya ao cargo. Ele foi deposto em junho, por um golpe de Estado, e está há dois dias na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, acompanhado da família e de partidários. A missão diplomática brasileira está cercada por soldados e policiais antimotim desde ontem.
O grupo de parlamentares do PT e colegas do PcdoB, PDT, PSB e PSOL entregram à missão diplomática de Honduras um documento em que são repudiadas ações do governo hondurenho contra a embaixada brasileira, como o corte de água e luz, em represália ao abrigo dado a Zelaya.
“É importante repudiar qualquer ameaça à embaixada brasileira, cujo território é inviolável, conforme as convenções internacionais”, disse Fernando Ferro (PT-PE). O deputado Maurício Rands (PT-PE) reforçou a necessidade de se manter a incolumidade da embaixada do Brasil. “O governo de Honduras precisa entender que já passou o tempo dos golpes de Estado e deve garantir a volta ao poder do presidente Zelaya”, afirmou Rands.
Além de Ferro e Rands, os outros deputados do PT que participaram da manifestação são Domingos Dutra (MA), Luiz Couto (PB), Nazareno Fonteles (PI) e Nilson Mourão (AC).
MISSÃO – Rands será o representante oficial da bancada do PT na comissão externa formada hoje pela Câmara dos Deputados para avaliar a situação da representação brasileira em Honduras, depois da decisão de Zelaya de se abrigar na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. A deputada Janete Pietá (PT-SP) é suplente do colegiado.
Segundo Rands, a missão seguirá nos próximos dias para a Costa Rica ou Nicarágua, de onde tentará manter contatos com parlamentares de Honduras, cujo território está fechado à entrada de estrangeiros. “A diplomacia parlamentar complementa os esforços que vêm sendo feitos no âmbito das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos para que seja restabelecida a normalidade democrática em Honduras. A América Latina não pode mais ser associada a golpes de Estado”, disse.