Deputados da Bancada do PT se revezaram na tribuna da Câmara nesta terça-feira (28) para comentar sobre as manifestações do último domingo (26) e para pedir que o governo Bolsonaro adote uma agenda econômica positiva. “Fiquei muito preocupado, porque as mobilizações foram contra o Estado Democrático de Direito. Aqui, alguns parlamentares declararam que querem a volta da Monarquia; outros disseram que devia fechar o Congresso e outros pediram o fechamento do Supremo Tribunal Federal. Esses parlamentares mereciam Comissão de Ética”, afirmou o deputado Paulão (PT-AL).
O deputado do PT de Alagoas disse ainda que, lamentavelmente, não se viu na manifestação de domingo pedidos de uma agenda econômica positiva para o País, nenhum pedido para discutir o desemprego ou para melhorar a saúde. “Trabalhe e deixe de marola, Bolsonaro”, orientou Paulão.
Na avaliação do deputado Valmir Assunção (PT-BA), Bolsonaro convocou a sociedade para fazer uma mobilização para chantagear o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. “E a população que ele (Bolsonaro) esperava não foi às ruas defender esse Governo. Um governo que mente todos os dias, um governo que mandou uma proposta de Reforma da Previdência aqui para retirar direitos da classe trabalhadora”.
De acordo com o deputado Joseildo Ramos (PT-BA), o que se viu no último domingo foi um ato que aponta claramente a corrosão da popularidade de um presidente da República que foi eleito com 57 milhões de votos dos brasileiros. “Não queremos que o governo dê errado, mas queremos uma pauta efetiva que gere emprego e renda. Nós temos 5 meses e o que temos aí é uma proposta de Reforma da Previdência, que, com a proposta de capitalização, desloca uma renda de R$ 460 bilhões que vão ficar na mão dos rentistas. E R$ 1,2 trilhão em 10 anos será poupado no lombo de quem ganha de 1 a 3 salários mínimos. É por isso que este presidente desce ladeira abaixo”, constatou.
O deputado Frei Anastácio Ribeiro (PT-PB) citou que na Paraíba, no domingo, a mobilização foi um “fiasco”, com a elite da Paraíba nas ruas. “Eram os proprietários de terras e de usinas, as damas da sociedade de João Pessoa e de Campina Grande que lá estavam. E o que faziam? Provocavam fazendo gestos de quem está atirando. Era isso o que faziam. Não havia proposta. Infelizmente, era uma manifestação para dizer que o Brasil vai bem e que a Reforma da Previdência deve acontecer, mesmo tirando direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras”, lamentou.
Na mesma linha, o deputado Marcon (PT-RS) destacou que foi a elite que estava nas ruas no domingo. “Era a elite e parte da classe média, dos ricos patrocinados por algumas empresas, como a Havan. A pauta deles era armar as pessoas contra as universidades e a favor da Reforma da Previdência. Pela pauta, pode-se ver qual era a classe social que estava nesta mobilização”, ironizou.
Marcon avaliou ainda que estava na hora do presidente da República pensar no povo brasileiro. “Pensar em quem está com fome e dar-lhe comida, em quem não tem emprego e dar-lhe emprego, em quem não tem salário e dar-lhe salário. É isso o que o Bolsonaro tem que fazer”, defendeu.
Apoio às manifestações do dia 30
O deputado João Daniel (PT-SE) ao comentar as manifestações do último domingo, aproveitou para citar as 10 razões elencadas pelas centrais sindicais para os brasileiros irem às ruas, na próxima quinta (30), protestar contra a Reforma da Previdência e em defesa da educação pública de qualidade. “É hora das grandes mobilizações. É hora de repetirmos o dia 15 de maio. O povo brasileiro já sabe que o governo Bolsonaro é um governo falido, fracassado, uma mentira, uma fake news, um ataque aos direitos do povo brasileiro. Não há outra saída que não a construção da greve geral”, defendeu.
O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) declarou apoio aos estudantes e à comunidade acadêmica que voltam às ruas no próximo dia 30 para defender educação de qualidade. “Cabe a nós, aqui, denunciar os cortes para o setor educacional, como por exemplo, a redução de 88% nos repasses para a construção de creche neste ano de 2019, e apoiar os estudantes nesta luta contra o desmonte da educação pública em todos os níveis”, afirmou.
O deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) também hipotecou o seu apoio aos estudantes que estarão nas ruas na próxima quinta-feira. “Sem dúvida nenhuma, é uma manifestação contra os cortes na educação e em favor da Previdência pública. Portanto, nós queremos parabenizar todos os estudantes, todos os profissionais da educação que lutam em defesa da educação pública e de boa qualidade. Apoiamos também os trabalhadores que estarão mobilizados contra a Reforma da Previdência.
Vânia Rodrigues