A exposição “Não Matarás”, exibida no Museu da Nacional de Brasília contou com apoio de peso da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (19). É que deputados da Comissão de Direitos Humanos, liderada pelo deputado Paulão (PT-AL), foram até o local em defesa da liberdade, contra a tentativa de censura imposta por um grupo de parlamentares fundamentalista, que tem atuado para fechar exposições que retratem a sexualidade ou temas que questionam restrição ao direito das pessoas. A exposição retrata a resistência contra o regime militar de 1964.
“Estamos aqui pela importância da arte, da liberdade de expressão. O Brasil teve uma ditadura e foi um momento triste, onde a cultura e a arte tão tiveram liberdade de expressão. Então, esta visita é para contemplar a arte e prestar solidariedade, já que estamos vivendo momentos difíceis no atual cenário brasileiro. Chega de ditadura”, afirmou Paulão.
Explicou a deputada Maria do Rosário (PT-RS) que a exposição que traz obras doadas por José Zaragoza e textos de Millor Fernandes, Manoel de Barros, Ariano Suassuna, Darcy Ribeiro, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, entre outros, retrata o momento sombrio do período de exceção que o país viveu.
“Não podemos nos posicionar de outro modo que não pela democracia. Nesses tempos de golpe, nesses tempos de Temer, precisamos resistir. Lamentavelmente, no Brasil de hoje, os censores de ontem estão conseguindo fechar exposições e nós vamos ter que nos posicionar de novo pela liberdade”, constatou Rosário.
Para a vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputada Erika Kokay (PT-DF), que também esteve presente no museu, “o fundamentalismo tem atuado com uma ousadia absolutamente cruel e nociva para o Brasil”. Segundo ela, estão tentando calar a arte, a cultura e a ciência, “um tipo de censura que não combina com a democracia”.
“Estamos aqui para dizer que é preciso não matar a arte, a adversidade, a liberdade. Não matar nossos povos”, afirmou.
Benildes Rodrigues