No dia que o Senado Federal debateu o encaminhamento do golpe à democracia do país, parlamentares da Bancada do PT se aliaram num movimento de resistência e de não reconhecimento a um eventual governo Temer na presidência da República.
O deputado Vicente Cândido (PT-SP) foi enfático ao afirmar que é preciso resistir. “Temos consciência, substância e narrativa para isso e vamos continuar resistindo na rua e no Parlamento, denunciando o golpe. A sociedade brasileira vai perceber claramente nas primeiras ações de um eventual governo Temer de que lado ele está. Porque a população já sabe que o PT tem lado e é do lado dos trabalhadores, do pequeno empresário, da educação, da saúde, do desenvolvimento nacional”, disse.
“É triste você ver um professor de Direito Constitucional patrocinar um golpe constitucional. Isso vai ficar para a História e é uma mancha que dificilmente sairá do currículo do vice-presidente Michel Temer”, lamentou Vicente Cândido.
O deputado Ságuas Moraes (PT-MT) reiterou que é preciso resistir à ruptura da democracia.
“É importante a resistência, não só do PT, mas de toda a sociedade brasileira que defende a democracia e a Constituição cidadã. Contra o golpe tem que haver resistência porque já tivemos uma experiência nebulosa e sombria com o golpe de 64 que, durante 21 anos, mergulhou o país na tortura e no cerceamento dos direitos e da liberdade dos cidadãos. A gente não pode se calar e vamos resistir”, disse.
Para o deputado Valmir Assunção (PT-BA) durante um eventual governo provisório de Temer é preciso lutar pela democracia e, também, se preparar para o retorno da presidenta Dilma após o afastamento. “Durante este eventual governo provisório precisamos ter a capacidade, nós do Partido dos Trabalhadores, os movimentos sociais, as forças democráticas deste país, precisamos resistir mas, ao mesmo tempo, apontar para a sociedade um projeto político que permita criar unidade no país, permita enfrentar a crise econômica, política e social. Então, os próximos meses serão fundamentais para a gente consolidar uma agenda política que permita, após o retorno da presidenta Dilma, retomar o desenvolvimento do país”, avaliou.
Gizele Benitz
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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