Parlamentares analisam as suspeitas dos procuradores da Lava Jato sobre eventual proteção de Moro a Flávio Bolsonaro

Em suas contas no Twitter, parlamentares da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara comentaram as novas revelações que envolvem a dupla Deltan Dallagnol e Sérgio Moro no escândalo conhecido como “Vaza Jato”.

Desta vez, o site Intercept Brasil – em reportagem veiculada no domingo (21) – revelou diálogos entre os procuradores da força-tarefa da Lava Jato que apontam suspeitas de que Sérgio Moro, ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, poderia tentar proteger o filho do presidente, Flávio Bolsonaro, na investigação sobre Fabricio Queiroz, seu ex-assessor parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Na visão dos procuradores, Moro talvez pudesse fazer isso para não colocar em risco sua eventual indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), foi dura: “Agora ficamos sabendo que depois de querer fama e aparecer em entrevistas contra o PT, Dallagnol recusou falar no Fantástico para não abordar o caso Flávio Bolsonaro, por Moro estar no governo e por querer apoio para as reformas judiciais. Decidiram não investigar. Criminosos!”, protestou a petista.

Segundo o deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), fica cada vez mais claro o jogo de interesses que pautaram e ainda pautam a Lava Jato. “Uma rede que se formou de uma justiça partidária, parcial e sem escrúpulos!”, escreveu Monteiro, que é presidente da Comissão de Legislação Participativa da Câmara.

O deputado Helder Salomão (PT-ES), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, disse que Dallagnol tinha certeza do envolvimento de Flávio Bolsonaro em esquema de corrupção. E que, “apesar da certeza, sugeriu que Moro protegeria o filho do presidente para não correr o risco de perder a indicação ao Supremo Tribunal Federal”.

“A pergunta CADÊ O QUEIROZ nunca foi tão pertinente. A preocupação exorbitante de não desagradar o presidente miliciano”, destacou o deputado Zeca Dirceu (PT-PR).

Na opinião do deputado José Guimarães (PT-CE) o Ministério Público Federal e o Congresso Nacional precisam se posicionar frente a um fato tão grave. “Diante de tantas ilegalidades o que faz PGR? Nada! Esse Dallagnol já devia ter sido afastado do MPF e investigado pelo Congresso. Ninguém encosta nos filhos do patrão!”, ironizou.

Já a deputada Natália Bonavides (PT-RN) comentou sobre a leniência do ex-juiz da Lava jato e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro. “Até os procuradores da Lava Jato sabiam que Moro seria manso sobre o caso do laranjal do filho do presidente. Imagine se o ex-juiz iria melindrar quem o indicaria ao STF?”, questionou.

Na avaliação do deputado Bohn Gass (PT-RS), caiu a máscara, mais uma vez, do coordenador da força-tarefa da Lava Jato. “Diante do caso Queiroz/Flavio Bolsonaro, Dallagnol mostrou sua verdadeira face pusilânime, calculista. ‘Moro deve aguardar’, sugeriu ele. Mas na condição de Ministro da Justiça, Moro não podia se omitir. Porém, como se vê agora, o ex-juiz seguiu a sugestão e continua omisso”, criticou o parlamentar gaúcho.

Para o deputado Afonso Florence (PT-BA), isso reforça a acusação do conluio envolvendo os principais atores da Operação Lava Jato. “Conluio para blindar filho de Bolsonaro no caso Queiroz é gravíssimo. Contamina tudo sob a alçada deles. Dallagnol e Moro têm o direito de se defenderem e precisam explicar tudo isto numa investigação independente, ou seja, feita pelo Congresso”, argumentou.

Nessa mesma linha, o deputado João Daniel (PT-SE) escreveu: “A nova revelação desnuda o que todo mundo já sabia: a blindagem do ex-juiz, hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro ao presidente Bolsonaro e sua família, com interesses próprios”.

O deputado Alencar Santana (PT-SP) disse que Moro não passa de “babá” da família do presidente. “Moro virou babá dos bolsonaros. Seu combate à corrupção não passa de uma estratégia política. Devia fazer nova viagem ao seu país querido, o EUA, e não mais voltar. Não tem mais dignidade de ser ministro da Justiça”, enfatizou.

Benildes Rodrigues

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