Rodrigo Tacla Durán, ex-advogado da Odebrecht e colaborador de investigações judiciais sobre corrupção corporativa em vários países, será ouvido em audiência pública pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados. O requerimento da audiência foi proposto pelo deputado Wadih Lula Damous (PT-RJ). A CDHM, presidida pelo deputado Luiz Lula Couto (PT-PB), vai definir nos próximos dias a data da audiência.
“Aprovamos esse requerimento para ouvir o advogado Rodrigo Tacla Durán acerca de graves violações que o seu direito à ampla defesa vem sofrendo por parte das autoridades brasileiras”, justificou Damous.
O parlamentar do Rio de Janeiro também disse que são recorrentes os pedidos de Durán para ser ouvido pelo Ministério Público e pelo poder Judiciário brasileiro. “Ele tem sempre os seus pedidos indeferidos. Como se trata de violação de direitos humanos, achei adequado que a CDHM o ouça”, afirmou.
Lava-Jato – Em outubro passado, durante entrevista em Madri a Wadih Damous e ao deputado Paulo Lula Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara, Tacla Durán denunciou que procuradores da operação Lava-Jato ameaçaram envolver sua família no processo para forçá-lo a fazer uma delação premiada.
Após a entrevista na Espanha com os parlamentares, Durán prestou depoimento à CPMI da JBS, em novembro, e relatou que foi aconselhado por Ivan Carratu – da Carratu e Associados Consultoria Empresarial – a recorrer à “panela” de advogados de Curitiba para conseguir benefícios junto ao Ministério Público (MP) com a negociação da sua delação premiada.
Segundo o advogado, que tem cidadania espanhola, essas “facilidades” poderiam ser alcançadas por meio do advogado Carlos Zucolotto Junior, amigo e padrinho do juiz Sérgio Moro. À CPI, Durán explicou que para fazer um acordo de delação era necessário alguém com trânsito na força-tarefa da Lava-Jato.
Wadih Damous e Paulo Pimenta, juntamente com os deputados Carlos Lula Zarattini (PT-SP) e Paulo Lula Teixeira (PT-SP), cobram da Procuradoria-Geral da República, desde o dia 5 de dezembro, investigações a respeito das denúncias de Tacla Durán.
Benildes Rodrigues