Pantanal chora e sangra o descaso de Bolsonaro; Bancada do PT na linha de frente para salvar o bioma

O Pantanal, um dos biomas mais importantes e valiosos que compõem o patrimônio natural do Brasil sangra e chora o descaso do governo de Jair Bolsonaro no tratamento do incêndio que assola, destrói e mata a flora e fauna da região. Compromissados com a causa ambiental do País, parlamentares da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara usaram suas contas nas redes sociais para denunciar mais essa tragédia protagonizada pela incompetência de um governo que já se caracterizou pela destruição de vidas e da natureza.

“Estamos em meio a um dos maiores desastres ambientais já vistos. Enquanto isso, Bolsonaro nega todos os dados técnicos e faz cortes no orçamento do Ibama e ICMBio. Para termos uma ideia da gravidade da situação, o Pantanal já foi consumido pelas chamas em 16%”, denunciou a presidenta Nacional do Partido dos Trabalhadores e deputada, Gleisi Hoffmann (PR).

Foto: Gustavo Bezerra/Arquivo

A preocupação dos petistas com a devastação dos ecossistemas brasileiros, em especial o do Pantanal, se revela pelos dados apresentados pelo PrevFogo Ibama 2020 que mostra que as queimadas no Pantanal já ultrapassam 2 milhões de hectares.  Desse total, 1,2 milhão de área destruída encontram-se em Mato Grosso e mais de 1 milhão em Mato Grosso do Sul. Segundo avaliação de técnicos ambientais, essa área devastada em MT, por exemplo, equivale a oito cidades de São Paulo.

“Mato Grosso passa por um grave estado de alerta, calamidade e destruição em decorrência dos sucessivos incêndios e queimadas. O governo é omisso e não mobiliza forças para auxiliar no combate ao fogo. Por isso, o meu mandato está à frente de algumas ações de combate”, afirmou a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT).

As ações a que se refere a parlamentar diz respeito à Comissão Externa constituída na Câmara dos Deputados para fazer acompanhamento e fiscalizar as queimadas no Pantanal mato-grossense.

A deputada disse ainda que enquanto o governo asfixia os órgãos ambientais, as chamas avançam na terra indígena Urubu Branco-MT. “O programa queima Brasil não está em marcha lenta. A indústria da devastação é a única que cresce com Jair Bolsonaro na Presidência”, criticou Rosa Neide.

Foto: Gabriel Paiva/Arquivo

O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) manifestou em sua conta no Twitter: “Governo Bolsonaro ficará marcado por milhares de mortos, morte de pessoas por coronavírus e dos animais pelas queimadas. Além da destruição da nossa flora”.

A deputada Margarida Salomão (PT-MG) lembrou que a área devastada significa a morte de milhares de animais, entre eles, muitos que estavam em risco de extinção. “Morreram queimados. Perdas irreparáveis! Essa é a política de destruição ambiental de Bolsonaro e Salles”, lamentou.

O deputado Merlong Solano (PT-PI) criticou a falácia de Bolsonaro ao justificar o desastre que ocorre nos biomas brasileiros.  “Enquanto o Pantanal e a Amazônia ardem em chamas, o governo Bolsonaro diz que é invenção de algum oposicionista infiltrado no Inpe. Na frente de combate ao fogo, uns poucos bombeiros e brigadistas. É o abandono de nossa biodiversidade”, lamentou.

Para o deputado Bohn Gass (PT-RS), “o desastre ambiental no governo Bolsonaro é tão calamitoso que até setores que, historicamente, defendem posturas e interesses diferentes, decidiram agir em conjunto”. Segundo o parlamentar gaúcho, a destruição não mata apenas a biodiversidade, ela também fecha mercados.

E na avaliação do deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), muitos dos incêndios que afetam intensamente o Pantanal, Amazônia e Cerrado podem ter sido criados de forma deliberada e criminosa. “E o que faz o governo do Brasil? Tenta esconder a situação, corta verba dos órgãos de fiscalização e estimula a devastação”, afirmou em sua rede social.

Alencar Santana considera que os dois maiores culpados por essa tragédia são “Jair Bolsonaro e o lobista em cargo de ministro, Ricardo Salles (Meio Ambiente)”. Ele acrescenta que em circunstâncias normais, “Bolsonaro jamais seria presidente sequer de time de várzea. E Salles, cria do PSDB e do Novo, nunca seria gestor público de um governo sério”.

Diligência

Na última segunda-feira (14), em reunião coordenada pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP) e a deputada Rosa Neide, parlamentares da Frente Parlamentar Ambientalista decidiram que farão diligência a partir de sábado (19) no Pantanal de Mato Grosso, na região de Poconé. O encontro contou com participação de ambientalistas, pesquisadores, autoridades estaduais, federais e moradores da região afetada.

A diligência será feita pelos parlamentares que compõem a Comissão Externa constituída pela Câmara dos Deputados.

Foto: Gabriel Paiva

Grupo de Trabalho

O deputado Nilto Tatto adiantou que integrantes da frente irão se reunir com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), para solicitar a criação de um Grupo de Trabalho (GT). Entre as ações que esse colegiado coordenará estão, entre outras, pedidos de audiências ao Ministério do Meio Ambiente e ao Conselho Nacional da Amazônia, presidido pelo vice-presidente, Hamilton Mourão.

“Nessas audiências vamos cobrar que o governo federal assuma seu papel de coordenação nos trabalhos de combate aos incêndios no bioma”, afirmou Tatto.

Projeto de Lei

Nilto Tatto adiantou ainda que, em nome da Frente Ambientalista, encaminhará  ao Colégio de Líderes da Câmara um pedido para que a Mesa Diretora paute o projeto de lei (PL 9950/2018), de autoria do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), que trata da conservação e o uso sustentável do Bioma Pantanal.

 

Benildes Rodrigues

 

 

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