Foto: Gustavo Bezerra
O deputado Padre Ton (PT-RO) membro da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, parabenizou o esforço e o trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que entregou hoje (10) à presidenta Dilma Rousseff o relatório final do período de dois anos e sete meses de atividades, em evento no Palácio do Planalto, e que marca o Dia Mundial dos Direitos Humanos.
“O nosso governo está de parabéns, a Comissão Nacional da Verdade está de parabéns porque todo o esforço feito durante as atividades de apuração e de pesquisa acerca das violações de direitos humanos ocorridos na ditadura representa a maior sistematização feita pelo Estado brasileiro sobre duro período de nossa história”, afirma Padre Ton.
O trabalho realizado permitiu comprovar, ao contrário de argumentos utilizados por setores das Forças Armadas de que os abusos eram obra de um grupo de radicais, que a repressão foi sistemática, caracterizando-se como política de Estado a partir de 1964.
“Na ditadura militar, a repressão e a eliminação de opositores políticos se converteram em política de Estado, concebida e implementada a partir de decisões emanadas da presidência da República e dos ministérios militares. Operacionalizada através de cadeias de comando que, partindo dessas instâncias dirigentes, alcançaram os órgãos responsáveis pelas instalações e pelos procedimentos diretamente implicados na atividade repressiva, essa política de Estado mobilizou agentes públicos para a prática sistemática de detenções ilegais e arbitrárias e tortura”, diz o documento.
A comissão apontou, segundo o deputado, 377 pessoas responsáveis pelas graves violações ocorridas a partir de 1946. O trabalho incluiu dentre os culpados pelas mortes, torturas, desaparecimentos forçados, ocultações de cadáveres e prisões arbitrárias os cinco generais que presidiram o país durante o regime, ministros, além de outros militares e policiais diretamente envolvidos na repressão política.
“A comissão, não tenho dúvida, fez todo o possível para resgatar a verdade e a memória, trazendo a lume, para a sociedade brasileira, esclarecimentos de fatos e mortes até então obscuros ou circunscritos apenas no âmbito das Forças Armadas”, considera Padre Ton. É detalhada a história de 434 mortos e desaparecidos políticos.
Assessoria Parlamentar