O presidente da Frente Parlamentar de Apoio aos Povos Indígenas, deputado Padre Ton (PT-RO), denunciou nesta quarta-feira, 22, em Bruxelas, os riscos e perigos que afetam os indígenas Awá-Guajá , que vivem no Maranhão.
Na Conferência “Awá: à Beira da Extinção”, organizada pelo Parlamento Europeu, o parlamentar lembrou que o governo federal fez o despejo de invasores da reserva dos Awá-Guajá, considerados pela ONG Survival International como o povo mais ameaçado do planeta.
Neste mês, O governo federal iniciou o processo de desintrusão (retirada dos não índios) da Terra Indígena Awá-Guajá, localizada na região Noroeste do Maranhão. O Exército já instalou a base principal, em São João do Caru, que dará apoio logístico para o processo de retirada de não índios da área. Dessa maneira, assegura a posse definitiva para o povo Awá-Guajá, muitos deles isolados e de recente contato.
“Mais de 300 construções foram erguidas dentro da reserva, pelos invasores”, informou Padre Ton, mencionando trabalho documental e jornalístico feito pela jornalista Miriam Leitão e o fotógrafo Sebastião Salgado sobre o modo de viva dos Awá.
A terra indígena Awá-Guajá foi reconhecida em 1992 e homologada em 2005. A área é uma das mais afetadas pelo roubo de madeira. O direito dos Awá-Guajá às terras que ocupam foi reafirmado por recente decisão da Justiça Federal do Maranhão. Este processo, que já se arrastava por mais de 12 anos, tem sido instrumento de tensão política, inflamando os interesses de comunidades tradicionais e posseiros, trabalhadores e pequenos agricultores que se estabeleceram na terra indígena.
O convite para o deputado participar do evento foi feito pelo Parlamento Europeu Richard Howitt e pela Organização das Nações e dos Povos Não Representados.
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Assessoria Parlamentar