Cinquenta crianças e oito adultos foram intoxicados após a pulverização aérea de veneno, feita por um avião agrícola sobre uma escola pública localizada no Assentamento Pontal dos Buritis, às margens da GO-174, em Rio Verde, Goiás. A denúncia foi feita em plenário pelo deputado Padre João (PT-MG).
A ocorrência se deu em abril e as pessoas foram encaminhadas para atendimento hospitalar com sintomas de vômito, tonturas, fortes dores de cabeça, formigamento nos braços e falta de ar. O plano de voo indicou que o avião sobrevoou a somente 15 metros de distância da escola. No momento, 122 crianças estudavam nas salas de aula.
O piloto do avião, o proprietário da empresa à qual pertence a aeronave, a Aerotex, e o responsável técnico pela pulverização foram presos e liberados após pagamento de fiança, por determinação da Justiça.
Segundo informações da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, informou o deputado, a aeronave estava pulverizando lavouras com um inseticida chamado Engeo Pleno. Esse inseticida é comercializado pela empresa transnacional Syngenta e é constituído por uma mistura dos princípios ativos lambda-cialortrina e tiametoxam. O tiametoxam é um dos princípios para os quais o IBAMA havia, no ano passado, feito a proibição da aplicação aérea devido à morte de abelhas. Porém, este instituto e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento voltaram atrás nessa decisão. O princípio ativo está sendo proibido na Europa devido à associação com o colapso das colmeias.
“O uso de agrotóxicos é um mal que temos combatido e a pulverização aérea é um absurdo que deve ser imediatamente proibido”, disse o deputado. Padre João foi relator da Subcomissão Especial sobre o Uso dos Agrotóxicos e suas Consequências na Saúde e defende “a permanente mobilização das comunidades e entidades para avançar em novas propostas e políticas públicas que garantam o desenvolvimento sustentável, levando saúde e vida para as pessoas e para o planeta”.
Equipe PT na Cãmara
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