O novo ministro da Justiça do governo golpista de Michel Temer, Osmar Serraglio (PMDB-PR), traz no currículo o posto de membro fiel da tropa de choque do ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato. A sua escolha foi um aceno do Planalto para atender demanda da bancada do PMDB da Câmara, que pleiteava mais espaço no governo.
Em 2016 o peemedebista presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara durante o processo que levou à cassação de Cunha. Na época, Serraglio chegou a defender anistia para Eduardo Cunha. Para ele, a perda de mandato seria uma punição “muito severa”. À época Serraglio disse: “Eduardo Cunha exerceu um papel fundamental para aprovarmos o impeachment da presidente. Merece ser anistiado”.
Entre outros retrocessos e articulação golpista com o carimbo de Osmar Serraglio no comando da CCJ está o engavetamento da proposta de emenda Constitucional (PEC 227) que dispõe sobre eleição para Presidência da República, em uma tentativa de impedir as eleições diretas em 2017 e a aprovação, em tempo recorde, da emenda que desmonta a Previdência Social e acaba com a aposentadoria.
Críticas – A escolha de Serraglio foi duramente criticada por petistas, internautas e outras personalidades. Na avaliação do deputado Marcon (PT-RS), a indicação joga mais uma pá de cal sobre os índios, os pequenos agricultores e os sem-terra brasileiros. “Esse deputado está engajado na mudança do procedimento de demarcação de terras indígenas, recebeu doações de campanha da empresa Klabin – maior exportadora de celulose do Brasil- e votou a favor da alteração do Código Florestal, entre outros projetos amargos para os menos favorecidos”, denunciou.
Para o deputado do PT gaúcho, Serraglio representa os interesses do agronegócio “e vai fortalecer ainda mais os grandes proprietários e grileiros de terra” do Brasil. “É revoltante esse retrocesso companheiros, vamos ficar atentos e lutar ainda mais!”, alertou Marcou.
Em sua conta no twitter o deputado Henrique Fontana (PT-RS) também criticou a indicação e enfatizou: “Osmar Serraglio aliado de Eduardo Cunha é indicado Ministro da Justiça por Temer. Brasil do Golpe segue descendo a ladeira.”
Também em sua conta no twitter o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) lamentou a escolha do novo ministro da Justiça. “Lamentável a nomeação de Osmar Serraglio, aliado de Eduardo Cunha, para assumir o Ministério da Justiça, ao qual a PF é subordinada”.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) usou a sua conta para ironizar a escolha. “Um currículo digno do desgoverno de Michel” escreveu e acrescentou: “Osmar Serraglio, amigo de Cunha, é indicado para o Ministério da Justiça. Quem paga a orgia são os trabalhadores e trabalhadoras”.
Na avaliação do deputado Helder Salomão (PT-ES) a indicação fortalece Cunha no governo Temer. E a deputada Erika Kokay (PT-DF) ironizou: “Aliado de Cunha no Ministério da Justiça. Não vejo panelas, tampouco a turma da CBF”.
PT na Câmara com agências
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