Os quatro anos do golpe que promoveu a ruptura democrática e levou o País ao caos econômico e social

O golpe parlamentar, jurídico e midiático que destituiu, em 2016, a presidenta Dilma Rousseff, legitimamente eleita em 2014, completa quatro anos nesta sexta-feira (17). Desde essa data em que a Câmara dos Deputados autorizou a abertura do processo de impeachment contra a presidenta da República, o Brasil convive com o caos político, econômico e social. A ruptura democrática abriu caminho para o entreguismo, o antinacionalismo e a destruição dos direitos do trabalhador brasileiro. A democracia entrou em vertigem no País, que dois anos após a Constituição ter sido vilipendiada, elegeu um presidente de ultradireita, Jair Bolsonaro.

Essa avaliação é compartilhada pelo líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Enio Verri (PR), pelo líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), por Afonso Florence (PT-BA), líder da bancada petista à época, e pelo líder da Minoria no Congresso Nacional, deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Eles acreditam que existe sim saída, e é possível recompor o Estado brasileiro e retomar políticas públicas destruídas pelo golpista Michel Temer e agora pelo governo ultraliberal de Jair Bolsonaro.

“Nós estamos vivendo hoje uma política econômica voltada só para os interesses da elite, que fragilizou a economia do País e, com a chegada da pandemia do coronavírus, a economia que já estava fragilizada, e está levando o País a este caos”, alertou Enio Verri.

Foto:Gustavo Bezerra

Para Verri, a saída de Dilma, a entrada de Temer, com suas políticas neoliberais, aprofundadas por Jair Bolsonaro, levou o País a atual grande crise. “E não adianta dizer que isso é fruto do coronavírus, porque no ano passado nós não tivemos coronavírus, o PIB cresceu só 1,1%, o desemprego cresceu e a miséria também, provando que a política econômica aplicada por Lula e Dilma era a correta”, comparou.

O deputado José Guimarães – líder do governo Dilma em 2016 – lembrou que aqueles que prometeram o céu, estão oferecendo o inferno para a classe trabalhadora brasileira. “A democracia agoniza, a soberania está aviltada e os direitos do povo, suprimidos. Este é o Brasil que eles estão entregando às brasileiras e aos brasileiros. Em uma crise de profunda repercussão na vida diária das pessoas mais pobres e mais simples”, lamentou.

Foto:Gustavo Bezerra

Para Zarattini, 17 de abril de 2016 foi um dia triste e carrega a marca da insensatez. “Nesse dia iniciou-se a marcha da insensatez que levou a perda de direitos dos trabalhadores, ao desemprego alto que assola o País até hoje, a entrega do patrimônio nacional como a Petrobras, a Base de Alcântara e da própria erosão da democracia, onde a gente vê a cada dia um governo atacando as liberdades democráticas”, observou.

Foto:Gustavo Bezerra

Afonso Florence disse que o Brasil vive além da crise econômica, uma crise institucional. De acordo com o deputado, o Estado brasileiro está sendo governado pelo Congresso e pelo Judiciário porque o governo não governa. “Por isso é uma crise institucional e Bolsonaro tem que ser derrotado. E ele não está sendo derrotado só pelo PT e oposição. É pelo Congresso, pelo Judiciário, e pelo povo brasileiro. O Estado brasileiro está sendo governado através do Congresso e Judiciário porque o governo não governa. Então ele tem que ser derrotado agora pelo bem do povo”, argumentou.

Foto:Gustavo Bezerra

O caminho

A saída de Bolsonaro do governo é o caminho apontado pelo líder do PT. Verri argumentou ainda que o governo de Bolsonaro adota uma política econômica ainda mais afinada com o interesse do mercado financeiro, e também não traz perspectivas de crescimento econômico. “Estamos no meio de uma grande crise, mas está provado para o povo brasileiro, está provado ao mundo, que Bolsonaro não tem competência para ser o presidente da República”, sentenciou.

Para Guimarães, o governo Bolsonaro é inerte, não faz nada, desdenha e age com irresponsabilidade. “Portanto, nós queremos, quatro anos depois, dizer que a democracia agoniza, mas nós todos devemos superar e construir a queda do governo Bolsonaro e, ao mesmo tempo, construir um novo projeto de nação”, apontou Guimarães.

O deputado Carlos Zarattini acrescentou que a saída é unir o povo “no entendimento que esse governo tem que acabar o mais rápido possível”. “Nós temos que trabalhar para encerrar esse governo antes do seu período normal porque ele infelicita o povo brasileiro. Temos que erguer a bandeira pelo fim do governo Bolsonaro”, defendeu Zarattini.

Para o deputado Afonso Florence, a saída para a crise deve ser construída agora e não deve esperar 2022 para acontecer. “O País tem saída e não deve esperar até as eleições de 2022, tem que derrotar agora o governo Bolsonaro. Há uma crise de governo e o governo não governa. Ele não cumpre suas responsabilidades mais elementares que é a da saúde, a contenção da pandemia com isolamento social, da estruturação do SUS, da economia, e a estrutura federativa”, explicou Florence.

O parlamentar lembrou que o anseio da população pela saída de Bolsonaro da Presidência da República é notória. “Cresce com panelaços, na manifestação de entidades, por notas públicas, manifestos, inclusive de apoiadores de Bolsonaro com pedido de abertura de processo na Câmara. Cresce na população o “fora Bolsonaro”, por isso ele tem que deixar a Presidência da República”, reafirmou Florence.

Futuro

Sobre o futuro, Enio Verri defende a reorganização do Estado brasileiro. Segundo ele, é fundamental dar ao Estado brasileiro o tamanho que o povo precisa. “Está provado no resto do mundo e também no Brasil, que o Estado mínimo concentra riqueza e exclui a maioria da população. Por isso, a tarefa do Partido dos Trabalhadores é fazer com que o Estado volte a ser do tamanho que era nos tempos de Lula e Dilma”, receitou o líder, que também é economista.

Benildes Rodrigues

 

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