Aditamento foi apresentado pelo PT, PSOL e Rede ao Conselho de Ética do Senado, juntando a nova denúncia feita pelo empresário Paulo Marinho de que Flávio teria sido avisado pela PF, ilegalmente, que uma operação envolveria Fabrício Queiroz.
Os partidos de oposição PSOL, PT e Rede Sustentabilidade apresentaram nesta terça-feira (19) um aditamento à representação em que pedem a cassação do mandato do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no Conselho de Ética do Senado, por quebra de decoro parlamentar. A oposição considerou graves as revelações do empresário Paulo Marinho, que denunciou no domingo, à ‘Folha de S.Paulo’, que o hoje senador obteve informações privilegiadas da Polícia Federal sobre as investigações de rachadinha e desvio de dinheiro público na Assembleia do Rio em 2019, quando era deputado estadual.
A representação foi apresentada pelas legendas em 19 de fevereiro, elencando uma série de desvios de conduta praticados pelo senador Flávio Bolsonaro. Quase 90 dias depois a petição permanece em exame técnico preliminar na Advocacia do Senado. Os três partidos querem a cassação de Flávio por evidente quebra do decoro. “O parlamentar teria sido avisado da existência da operação entre o primeiro e segundo turnos das eleições, por um delegado da Polícia Federal simpatizante de Bolsonaro, então candidato à Presidência da República”, reforçam.
Segundo Paulo Marinho, Flávio confessou, depois do primeiro turno das eleições gerais de 2018, que a PF havia anunciado que seguraria a deflagração da Operação Furna da Onça, que investigou a participação de Fabrício Queiroz no esquema da “rachadinha”, prática ilegal de devolução de salário para o gabinete. A denúncia envolvia ainda o gabinete de outros deputados na Assembleia. Uma semana antes da operação ser deflagrada, Flávio demitiu Fabrício Queiroz, assim como o então deputado Jair Bolsonaro também exonerou a filha de Queiroz, na época lotada em seu gabinete como deputado federal.
Na representação, os partidos pedem que Flávio seja afastado do cargo de secretário da Mesa do Senado enquanto durar o processo no Conselho de Ética. O colegiado é presidido pelo senador Jayme Campos (DEM-MT). “Estão cada vez mais evidentes as ações no atual momento em que a família Bolsonaro visa intervir para obstruir o trabalho dos órgãos do sistema de Justiça, em investigações que estejam em curso no estado do Rio de Janeiro ou outros que possam afetar interesses seu, de sua família ou de aliados”, afirmam os partidos na representação, presididos por Gleisi Hoffmann (PT), Juliano Medeiros (PSOL) e Pedro Ivo Baptista (Rede).
PT Nacional