Oposição derrota Reforma Trabalhista em comissão e fortalece luta popular

A oposição no Senado impôs, nesta terça-feira (20), uma grande derrota ao governo golpista de Temer ao rejeitar na Comissão de Assuntos Sociais, por 10 a 9, o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) ao projeto de lei da Câmara (PLC 38/17) que trata da Reforma Trabalhista. “Para nós, hoje o dia está ganho”, comemorou o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP). “É uma sinalização muito importante e vai ajudar a enterrar de vez esse projeto que só traz atraso para a classe trabalhadora”, acrescentou.
Na avaliação do líder do PT, a derrota dos golpistas demonstra também que a pressão da população começa a fazer efeito no Congresso Nacional. “Foi uma votação em uma comissão, ainda terão outras votações em comissão e também no plenário do Senado. Não é fácil para a gente chegar à vitória final, mas está demonstrado que, pressionando, com uma companha firme contra essas reformas (Trabalhista e Previdenciária) nós vamos ser vitoriosos. A classe trabalhadora não merece esse retrocesso. Não merece ver seus direitos irem para a lata do lixo”, afirmou.
Carlos Zarattini enfatizou ainda que, no caso da Reforma Trabalhista, era necessário apenas uma maioria simples. “E mesmo assim, o governo não conseguiu obter votos suficientes”. O líder alertou, no entanto que é preciso manter a mobilização porque haverá muita luta pela frente. O próximo passo será na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde o relator da matéria é o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB). “Espero que tanto a CCJ quanto o plenário do Senado mantenham esse entendimento contrário à reforma”, disse.
O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), também comemorou a derrota do governo. Ele argumentou que, se este fato fosse contado como uma coisa pontual, numa pauta normal do Senado, até não teria a relevância que tem. “O fato é que o governo, que foi produto de um golpe parlamentar, anunciou ao Brasil, ao sistema financeiro brasileiro, aos empresários, à banca financeira internacional que, até o fim de junho, aprovaria as reformas Trabalhista e da Previdência”.
Esse discurso, que na avaliação do líder Guimarães deu ao governo ilegítimo uma certa credibilidade, acabou. Ele destacou que um ano se passou e o Brasil segue ladeira abaixo. “Desandou a reforma Trabalhista no Senado e a da Previdência aqui nem sequer andou porque o governo não tem maioria no Senado nem na Câmara para aprovar a tal PEC da Previdência”, afirmou Guimarães.
Greve geral – Os líderes Zarattini e Guimarães avaliam que o que aconteceu no Senado hoje vai dar combustível para que, no dia 30 de junho, a greve geral convocada pelas centrais sindicais pare o País. “Hoje já teve paralisação em várias cidades brasileira e, com certeza, essa rejeição do parecer na Comissão de Assuntos Sociais vai motivar ainda mais os trabalhadores. Vamos parar este País e dizer ao mundo que este governo não tem mais condições de continuar governando o Brasil e que só eleições diretas conseguirão repactuar o País”, reforçou Zarattini.
José Guimarães acrescentou que o Brasil está sofrendo muito. A economia brasileira está derretendo. “Este País não suportará chegar a 2018. Nunca se viu um governo tão desastrado como este. É um governo que não sabe o que fazer, não tem projeto de Nação. Além do mais, o governo Temer está envolvido no maior esquema de corrupção já visto na história do Brasil. Ou seja, o governo prometeu o céu e está dando o cartório, para não dizer o inferno”.
Guimarães disse que o povo não pode esperar e repetiu a frase do FHC pedindo que Temer tenha um gesto de grandeza e convoque eleições gerais no País. “Deveria ser isso, porque, nessas horas de crise, há que se ter grandeza. Mas é um governo tão pequeno, tão miúdo que não consegue dialogar nem ter grandeza para propor nenhuma saída para o Brasil”, lamentou.

Vânia Rodrigues

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