Por onde passa, o ex-presidente Lula mobiliza acalorados debates acerca da conjuntura política. E não foi diferente na reunião das Bancadas do PT na Câmara e no Senado, na tarde desta terça-feira (18), em Brasília. Luiz Inácio Lula da Silva propôs que o PT atue com mais força e radicalidade nas pautas apresentadas pelo governo de Jair Bolsonaro que estão levando o País e o povo brasileiro à ruína.
Ao lado dos líderes do PT na Câmara, Enio Verri (PR), e do Senado, Rogério Carvalho (SE), Lula destacou que o partido precisa dialogar com a sociedade brasileira sobre os retrocessos implementados no Brasil desde o golpe de 2016. “Eles estão destruindo tudo aquilo que construímos em nossos governos”, criticou, ao se referir ao legado de políticas públicas e de programas sociais que foram criados durante as gestões petistas (2003-2016).
Para Lula, o partido precisa explicitar o debate sobre o fim da soberania nacional e sobre a agenda ultraneoliberal de Paulo Guedes (Ministro da Economia), que propõe vender todas as empresas públicas e destruir o Estado brasileiro.
Para enfrentar a crise econômica que tem atingido o povo brasileiro, é importante difundir o Programa Emergencial de Emprego e Renda, produzido pelo PT, que está sendo debatido com as centrais sindicais e organizações populares, que prevê iniciativas de recuperação do emprego e da renda no País. “Essa pauta precisa chegar à base, estar na ordem do dia, em todas as agendas pelo Brasil”, receitou.
Petroleiros
Lula disse que o PT é solidário e está junto com os petroleiros na greve que já dura 18 dias no País. O ex-presidente orientou que o partido participe, apoie e denuncie a perseguição que os grevistas sofrem, inclusive do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Ele afirmou que as Bancadas do PT na Câmara e no Senado agem corretamente em oferecer apoio à paralisação dos trabalhadores da Petrobras, em defesa da soberania nacional, contra a venda da estatal, contra as demissões e pela diminuição dos preços dos combustíveis. “Temos um caminho: continuarmos solidários com os petroleiros”.
Lula, que esteve reunido pela primeira vez com as bancadas após deixar a prisão política em Curitiba, considera primordial que deputados e senadores coloquem na agenda partidária e legislativa temas como a soberania nacional, a geração de emprego e renda, a reforma tributária solidária e o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Futuro
Ao concluir sua intervenção, Luiz Inácio Lula da Silva frisou que falar sobre futuro significa garantir a geração de mais empregos e renda além de melhorar as condições de trabalho, pois os trabalhadores estão desprotegidos desde a aprovação da Reforma Trabalhista e dos retrocessos na legislação, que acabam com os direitos sociais, previdenciários e trabalhistas. Para Lula, o novo “é garantir que as pessoas voltem a comer, estudar e ter emprego e renda. Nada é mais novo do que isso, pois os retrocessos que o País vive acabam com todos esses direitos”, observou. Por fim, Lula reafirmou que o PT não pode perder a relação com a luta social, que sempre construiu em seus 40 anos de existência. “É isso que nos dá força”, finalizou.
Também participaram da reunião a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), o ex-candidato à Presidência da República Fernando Haddad, além de membros da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores.
Carlos Leite