Operação da PF tenta intimidar governador do Piauí

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta segunda-feira, 27, uma operação policial de busca na residência do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e da primeira-dama do estado, a deputada federal Rejane Dias (PT-PI), sob o pretexto de investigar suposto desvio de recursos. A ação da PF foi rechaçada pelo governador e o Partido dos Trabalhadores, que acusam o governo federal de promover um espetáculo para justificar a perseguição política à oposição.

A PF desenterrou um caso antigo, de 2013, para forçar uma justificativa de que está promovendo o combate à corrupção. O caso ocorre três meses depois da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, anunciar que pretendia colocar a PF para perseguir adversários políticos do presidente Jair Bolsonaro.

Em 22 de abril, na famigerada reunião ministerial em que Bolsonaro anunciou a disposição de manter o confronto contra governadores e prefeitos, Damares declarou que era necessário intimidar políticos adversários. “A pandemia vai passar, mas governadores e prefeitos responderão processos e nós vamos pedir inclusive a prisão de governadores e prefeitos”, disse a ministra. “E nós ‘tamo’ subindo o tom e discursos tão chegando. Nosso ministério vai começar a pegar pesado com governadores e prefeitos”.

Nota de repúdio

Em nota, o PT repudia a manobra: “Trata-se de mais um desvio em que agentes do Estado e do governo federal são utilizados para perseguição política”. O texto é assinado pela presidenta da legenda, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e os líderes na Câmara, Enio Verri (PR), e no Senado, Rogério Carvalho (SE). “A invasão das residências do governador e de seus familiares pela Polícia Federal, além da tentativa ilegal de invadir o gabinete da deputada Rejane, é uma notória operação midiática de perseguição e destruição de imagem pública. Os abusos foram cometidos a partir de uma operação que se prolonga há quase três anos e deveria investigar fatos anteriores ao governo Wellington Dias.

Tentativa de intimidação

Uma das vozes críticas de Bolsonaro, especialmente pela falta de colaboração do governo federal no combate à pandemia do Covid-19, Wellington Dias protestou contra a ação da PF. “Já é o terceiro espetáculo”, disse, apontando que o processo vem de 2013, quando ele nem era governador, em contratos que seguiam um padrão nacional. Ele lembrou que a hoje deputada federal só assumiu a Secretaria da Educação em 2015.

“Estamos falando de um fato de 2013, com operação em 2020, quando a ex- secretária da Educação, hoje deputada federal, se prontificou a colaborar, por duas vezes e nos últimos meses se colocou à disposição para prestar depoimento. E foi dito que não era possível ela depor agora por que tinha a pandemia e estavam suspensos os depoimentos”, criticou o governador.

O PT atribui a manobra espetaculosa ao caráter autoritário de Bolsonaro, um desafeto que persegue adversários políticos, como o governador Wellington Dias. “O governo do PT do Piauí é reconhecido nacional e internacionalmente pelos avanços na Educação em um estado historicamente marcado pela exclusão da maioria”, aponta a nota assinada pela presidenta nacional do PT e os líderes do partido no Congresso Nacional. “É exatamente neste setor que Bolsonaro e seus aliados tentam atacar o governador”.

Solidariedade

O deputado federal Merlong Solano (PT-PI) também divulgou nota de solidariedade ao governador Wellington e a deputada Rejane Dias. “Diante de mais um espetáculo de utilização da máquina pública para perseguir adversários políticos, venho manifestar minha solidariedade à deputada federal Rejane Dias e ao governador Wellington Dias, ambos do Partido dos Trabalhadores, bem como ao médico Vinicius Dias, que, embora jamais tenha exercido qualquer função no governo, também teve sua residência invadida”, afirma o deputado na nota.

Melong enfatiza ainda que o modelo que está sendo seguido “é o da execração pública” de investigados. “A lei do velho oeste: atira primeiro, pergunta depois. A deputada Rejane Dias jamais foi chamada a se manifestar no processo. Considero, pois, uma total arbitrariedade os procedimentos adotados hoje, que precisam de uma resposta à altura da Câmara Federal”.

Da Agência PT de Notícias, com assessoria parlamentar

 

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