Ônibus superfaturados: Rogério Correia pede votação de requerimento de convocação do ministro Ciro Nogueira

Deputado Rogério Correia. Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados

O deputado Rogério Correia (PT-MG) usou o tempo de Liderança da Minoria nesta quinta-feira (7) para cobrar do Presidência da Câmara a votação de requerimento, de sua autoria, que pede a convocação do ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), para dar explicação sobre a compra de ônibus escolares com preços superfaturados. “Vamos botar o dedo na ferida. O ‘bolsolão do busão’. São R$ 730 milhões a mais num contrato que foi autorizado pelo ministro Ciro Nogueira, que fez intervenção dentro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), em alguém que ele indicou, junto com outro indicado pelo Valdemar Costa Neto, que era o diretor de administração do Fundo. Ou seja, é o centrão colocando no FNDE a obrigação de se assinar contrato superfaturado”, protestou.

Rogério Correia disse que o escândalo do “bolsolão do busão” se soma à corrupção da propina de ouro que foi pedida por pastores bolsonaristas. “Esses dois esquemas já nos levariam à formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito aqui na Câmara. Por que os deputados bolsonaristas não assinam essa CPI que o PT está pedindo? Nem aqui nem no Senado eles assinam. Isso reforça a necessidade de convocar o ministro Ciro Nogueira”, enfatizou.

E o mais grave, na avaliação do deputado, é o presidente Bolsonaro fingir que nada está acontecendo, que ele não sabe de nada. “Será que o Bolsonaro não sabia de nada? Duvido! Porque há vídeos e áudios que demonstram que os pastores, segundo o próprio ministro da Educação que foi exonerado, foram indicados pelo presidente Jair Bolsonaro para estarem dentro do MEC e ser atendido por eles”, afirmou Rogério Correia. Ele se refere ao caso dos pastores que pediam propina para liberar verbas do FNDE para prefeituras de gestores bolsonaristas.

Inflação, combustível e fome

Rogério Correia também fez uma avaliação da atual conjuntura e destacou que o processo inflacionário, além de ser perverso na gasolina e no diesel, ele vai para o preço dos alimentos. “E aí a fome, que já é grande, já é grave, se agrava ainda mais. As pessoas têm hoje o sentimento de que a economia no Brasil vai cada vez pior e, de fato, isso acontece. Já não se consegue ir ao supermercado e comprar metade daquilo que se comprava nos governos Lula e Dilma”, comparou.

E é isso, na avaliação do parlamentar, que tem levado também ao resultado das pesquisas eleitoriais. “Os bolsonaristas ficam assustados. Começam a falar besteira e a ameaçar o presidente Lula até de morte. Tem deputado que mostra arma e diz que vai matar os outros, que vai matar o presidente da República. Até isso! Estão desesperados. Claro, hoje saiu mais uma pesquisa: o presidente Lula aparece com 45% dos votos e os outros todos somados com 43%. Portanto, a perspectiva de vitória no primeiro turno é real, porque há uma reação popular contra o governo Bolsonaro, que tem 63% de rejeição. É a rejeição não só na economia, mas também na mentira, na frouxidão de um governo que hoje está eivado de corrupção”.

Desigualdade

O parlamentar falou ainda da sétima etapa de uma pesquisa do boletim Desigualdade nas Metrópoles, divulgada nesta quinta-feira que revela que a renda média dos brasileiros caiu R$ 1.378 nas metrópoles. “É a mínima histórica das pesquisas, ou seja, o povo brasileiro tem agora o pior rendimento da história do País. E o que leva a esse rendimento tão baixo? É claro, isso é fruto da política econômica do ministro Paulo Guedes (Economia) e do governo Bolsonaro. Foram péssimos na pandemia e são horríveis na economia”, afirmou.

O deputado ainda ironizou: “Paulo Guedes é realmente um mágico na economia, mas no mau sentido. Ele consegue inflação junto com o desemprego e aumento da miséria. Nós não temos reajuste do salário mínimo. Diziam que reajustar salário mínimo é que gerava inflação. Pararam o reajuste do salário mínimo e agora é que nós temos inflação. Então, na realidade essa notícia não cabe. E aumentou-se a taxa de desemprego”, criticou.

“E o frouxo do Bolsonaro, que disse que ia baixar o preço da gasolina, mais uma vez se rende ao fato e não tem coragem de peitar as grandes fornecedoras internacionais que hoje exploram o óleo bruto brasileiro, que, ao invés de ser refinado, como era na época dos governos Lula e Dilma, e transformado em gasolina e diesel, para inclusive ter um preço abrasileirado, como diz o presidente Lula, ou seja, mais baixo, não, ele dolariza o preço e o diesel e a gasolina ficam agora valendo ouro”, criticou.

Piso dos professores

Rogério Correia falou ainda do piso salarial dos professores, destacando que no Brasil inteiro a categoria luta para manter o seu piso salarial nacional, que foi aprovado na Constituição Federal de 1988, reiterado em 2008 por esta Casa legislativa e sancionado pelo presidente Lula. “O piso que estabelece a remuneração mínima para a educação não tem sido respeitado por governos conservadores. Lá em Minas, o governador Romeu Zema deixa as professoras um mês de greve e não paga o piso, que é constitucional. Diz que não tem dinheiro, mas fez uma isenção de R$ 1 bilhão de IPVA de carros de luxo, inclusive os da Localiza, daquele Salim Mattar, considerado o velho da Havan de Minas Gerais”, protestou.

 

Vânia Rodrigues

 

 

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