Ao fazer o balanço do ano legislativo, o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (PT-SP), elencou em entrevista coletiva, nesta terça-feira (19), os pontos positivos e negativos que ocorreram no período em que exerceu a Liderança da Bancada. Ele apontou as eleições de 2018 como um dos grandes desafios para o conjunto do partido. O líder petista adiantou que é necessário um grande esforço para que se efetive o nome do ex-presidente Lula como o candidato da maioria da população brasileira, conforme indicam as pesquisas de intenção de voto. Zarattini destacou também o recuo do governo que não conseguiu votar a Reforma da Previdência.
“Apesar de todos os ataques dirigidos pelo juiz Sérgio Moro ao Lula e, agora, o TRF4 – que quer acelerar o julgamento – nós faremos o registro de Lula candidato. Nós vamos disputar essa eleição com Lula e temos certeza que a maioria do povo brasileiro quer, nesse momento, a eleição de Lula”, afirmou Zarattini.
O líder do PT enfatizou ainda que o povo tem na figura do ex-presidente Lula a única perspectiva de sair da situação catastrófica em que foi colocado pelo governo ilegítimo de Michel Temer. “Esse governo que está aí é o governo do mercado financeiro. É um governo dos ricos que não olha para a maioria do povo brasileiro, para a maioria da população que é constituída de pessoas das classes média, baixa e de pobres”, avaliou Zarattini.
Previdência – Zarattini frisou que barrar a aprovação do projeto da Reforma da Previdência foi um dos grandes feitos da bancada do PT e de todos os partidos de oposição. “O principal ponto foi a grande vitória de impedir a votação da Previdência, um projeto que, ao contrário do que eles [governo e seus apoiadores] dizem, não visa a mexer com os privilegiados, mas, sim, mexe com a grande maioria do povo brasileiro”, alertou o deputado. O líder petista ainda ressaltou que a bancada oposicionista continuará na resistência a fim de obstruir essa proposta que já tem data marcada para entrar na pauta legislativa do ano que vem, em fevereiro.
A unidade da Oposição foi um grande marco e possibilitou barrar a aprovação de outros projetos que visavam a retirada de mais direitos dos brasileiros. Como exemplo dessa atuação descrita por Zarattini, os oposicionistas impediram a venda de terras para estrangeiros, e a entrega da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), na floresta amazônica, para a exploração das mineradoras.
Ano difícil – Zarattini observou que 2017 tem sido um ano difícil para o povo brasileiro. Lembrou que a população enfrenta o fantasma do desemprego, a precarização das relações de trabalho e o aumento da miséria no País. “Nós tentamos, aqui, durante todo esse ano evitar a aprovação de projetos danosos para o povo brasileiro. Alguns deles nós não conseguimos, como foi o caso da Reforma Trabalhista que, agora, o povo está percebendo o quanto essa legislação torna a sua vida mais precária e o quanto que a renda dos trabalhadores será reduzida”, lamentou o parlamentar.
Outra perda apontada pelo deputado refere-se à mudança no marco regulatório do petróleo que, segundo ele, permite a entrega de grande parte da riqueza natural do Brasil às empresas estrangeiras.
Benildes Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara