Parlamentares da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara repercutiram em suas redes sociais, nesta sexta-feira (22), a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, de enviar à Procuradoria-Geral da República (PGR), pedidos de depoimento e de busca e apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro e do seu filho, Carlos Bolsonaro. O decano do STF argumentou que é papel do Estado apurar acusações criminais feitas por “quaisquer que possam ser as pessoas alegadamente envolvidas”.
O ministro disse ainda que “torna imprescindível a apuração dos fatos delatados”, mesmo que “se trate de alguém investido de autoridade na hierarquia da República, independentemente do Poder (Legislativo, Executivo ou Judiciário) a que tal agente se ache vinculado”.
Na opinião do líder do PT na Câmara, deputado Enio Verri (PR), o mais correto, neste momento, é o afastamento do presidente da República para que se averiguem os fatos sem nenhuma interferência.
“O ministro do STF, Celso de Mello, pediu a apreensão dos aparelhos celulares dos Bolsonaro, Jair e Carlos, com a finalidade de apurar autoria e a materialidade de fatos delituosos narrado em notícia crime. Para o bem da nação, Bolsonaro deve ser afastado até que tudo se apure”, defendeu Verri em sua conta no Twitter.
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), também pelas redes sociais, aconselhou do procurador-geral, Augusto Aras, a acatar o pedido feito pelo ministro Celso de Mello. “Aceite o pedido, Aras. É preciso saber se a família cometeu crime. Se Bolsonaro e seu filho são inocentes, como alegam, não tem nada a temer”, escreveu.
Na avaliação do líder da Minoria no Congresso Nacional, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), esse é o momento para que fatos sejam esclarecidos e elucidados. “O cerco está se fechando. Pedido de apreensão do celular de Bolsonaro pelo STF é um passo importante para o avanço das investigações”, frisou.
O deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) destacou que o filho de Bolsonaro, conhecido como “Carluxo” questionou as medidas adotadas pelo STF. “Carlos Bolsonaro questiona pedido de apreensão do celular e desvia o foco para Adélio (autor da facada em Jair Bolsonaro), mas queremos o vídeo na íntegra! Segundo Celso de Mello, é dever do Estado promover a apuração dos fatos. É direito do povo saber o que tem no vídeo”, afirmou. O deputado se refere a reunião de Bolsonaro com ministros, na qual, segundo o ex-ministro Sérgio Moro, houve pressão do presidente pela troca do comando da Polícia Federal visando proteger seus filhos e aliados políticos.
O deputado Jorge Solla (PT-BA) citou trechos da ação desencadeada pelo ministro, no qual Celso de Mello afirmou ser “incontornável dever jurídico do Estado”, especificamente do Ministério Público e da Polícia Judiciária, “apurar a efetiva ocorrência dos ilícitos penais noticiados”. E mandou um recado ao procurador-geral da República: “Aras não tente engavetar se quer virar ministro”.
A deputada Luizianne Lins (PT-CE) escreveu: “O genocida Bolsonaro vai ter que mostrar seu celular para o ministro Celso de Mello (STF). Vocês imaginam a quantidade de podres que deve ter na memória desse aparelho?”, ironizou.
Benildes Rodrigues