Número de mortes e infecções por Covid-19 disparam no País; vacinação é lenta, criticam especialistas

Foto: Site PT

Dados do consórcio de veículos de imprensa revelam que pelo segundo dia seguido, o Brasil registrou nesta semana mais de mil vidas perdidas para a Covid-19 em um único dia. Nas últimas 24 horas, foram 1.129 mortes diárias por causa da doença, elevando a média de mortes diárias para 840 óbitos. Do mesmo modo, há um mês, a média móvel de casos está acima dos 100 mil. 14 estados e o Distrito Federal apresentaram alta de mortes. No total, o país ultrapassou 641.997 óbitos e 27.941.476 casos da doença.

Ao comentar o fato, o deputado Jorge Solla (PT-BA) explicou que o uso da vacina é fundamental para a redução da doença. Segundo ele, todos os estudos demonstraram a eficácia da terceira dose da vacina para reduzir drasticamente o número de casos graves e óbitos.

Como referência, o parlamentar lembrou que todos os países “sérios” estão em campanhas de vacinação ostensivas: com muita publicidade de um lado, e com duras penalidades para quem se negar a tomar vacinas do outro.

“Na Europa, em diversos países há duras multas e restrições de circulação para constranger e punir quem trabalha a favor do vírus. No Brasil, infelizmente, o que temos é um governo que queria criar um serviço de atendimento ao cidadão que se sentiu ofendido por ser antivacina. É exatamente o oposto do que a gente precisa”, criticou Solla.

Vacinação lenta

Para o deputado, o Brasil ainda patina na vacinação da sua população. Solla lembrou que, no Brasil, apenas 37% da população com 18 anos ou mais já recebeu dose de reforço. “É insuficiente e inadmissível. Além de mantermos o uso de máscaras e evitar aglomerações sem controle sanitário, é fundamental que a gente garanta que todos se vacinem”, alertou o parlamentar.

Deputado Jorge Solla. Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados

Alerta

Há semanas, o neurocientista Miguel Nicolelis vem alertando autoridades sobre as consequências de um relaxamento de medidas não farmacológicas de combate à pandemia, combinada a um atraso na vacinação, em especial das crianças. Na semana passada, o pesquisador chamou a atenção para o aumento explosivo do número de óbitos do registro civil no mês de janeiro, o mais letal em comparação aos dois períodos anteriores. Foram 144 mil óbitos em janeiro deste ano, ante a 137 mil em 2021 e 112 mil em 2020.

Para o cientista, o mês de janeiro de 2022 apresenta “fortes indícios” de subnotificação de óbitos por Covid-19, após análise de atestados de óbitos registrados no portal da transparência. “É a única base de dados neste momento que permite estimar o verdadeiro impacto da pandemia em termos de excesso de óbitos”, escreveu Nicolelis, pelo Twitter.

Como se não bastasse, o surgimento da subvariante da Ômicron, a BA.2, aponta para uma transmissibilidade ainda maior do que a BA.1, está mais transmissível do que a Delta. O quadro preocupa autoridades de saúde.

“Estamos vendo aumentos proporcionais da BA.2, que é mais transmissível que a BA.1”, constatou a líder técnica da resposta à pandemia de covid-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove.

Relaxamento de medidas aumenta caso de mortes

A diretora da OPAS Carissa F. Etienne afirmou, em comunicado de imprensa distribuído nessa semana, que um relaxamento das medidas preventivas contra a Covid-19 levou a um aumento de mortes na Região das Américas.

“As medidas reduzidas de saúde pública foram insuficientes para reduzir a escala dessa onda. E agora estamos enfrentando as consequências: um aumento nas infecções está causando um aumento nas mortes”, afirmou a diretora.

“Sem dúvidas, a Ômicron nos superou”, lamentou Etienne. “Toda vez que as infecções aumentam, há um alto preço para nossas famílias e comunidades”, apontou, ao explicar que os picos de casos levam a picos de mortes três semanas depois.

Governadores cobram Anvisa

Diante do panorama sombrio, o Fórum dos governadores cobra da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) urgência na análise do pedido de uso emergencial de um remédio da Pfizer contra a Covid-19.

“Esta deve ser a grande prioridade do Brasil: autorizar, como fizeram outros países, o uso do medicamento para Covid 19, como ocorre com outros vírus”, afirma o coordenador da temática de vacina e enfrentamento à Covid no Fórum, governador Wellington Dias.

O governador defende a aceleração da vacinação infantil. “Queremos chegar nos próximos dias a mais de 80% do público com mais de 5 anos vacinado. Veja que, com o crescimento acelerado da ômicron, tivemos uma curva elevada e em linha quase vertical pela propagação rápida do vírus”, destaca Dias. Ele lembrou que estudos da Universidade de New England mostram que o uso da medicação adequada para Covid 19 levou a uma redução das hospitalizações em 89% nos EUA.

Vacina em criança acima de 6 meses

O Fórum também considera urgente a autorização para a vacinação em crianças acima de 6 meses. “Isso vai garantir uma completa imunização”, observa Dias. “Poderemos, assim, entrar em trégua e conviver com o coronavírus, saindo de uma pandemia para endemia”, observou o governador.

PT na Câmara com informações do PT Nacional

 

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