O Brasil encontra-se estarrecido e indignado com a desfaçatez do novo governo. Nem bem assumiu o comando do País, e a máscara do governo “moralizador” caiu, desnudando a verdadeira face do discurso moralista utilizado para enganar o povo brasileiro. Mal esquentou a cadeira de vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão (PRTB) presenteou o filho Antônio Hamilton Rossel Mourão, funcionário de carreira do Banco do Brasil (BB), com um cargo de assessor especial. Com a nomeação relâmpago, o filho de Mourão praticamente triplicará o salário, passando de cerca de R$ 12 mil para R$ 37,5 mil.
Rossell Mourão, servidor do BB há 18 anos, também passa a integrar o Programa de Alternativas para Executivos em Transição (PAET), que garante bônus de cerca R$ 2 milhões ao funcionário que deixar o cargo e tenha exercido a função no banco por dois anos.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e funcionário do BB, João Fukunaga, a indicação contraria a política de promoções do banco. “O BB possui métodos para promoção que vinha implantando há alguns anos, um processo que previa uma bolsa-executivo, além de critérios para promoção. Mesmo em cargos de indicação política, como é o caso do filho do vice-presidente, cabe ainda um critério objetivo e claro do que simplesmente ser filho”, explicou.
Durante toda a campanha eleitoral, o grupo que se abancou do Palácio do Planalto utilizava retórica sensacionalista como “no meu governo vai ser de indicações técnicas”, “vamos respeitar a meritocracia”, para criticar o suposto ‘aparelhamento do Estado’.
Hoje, esses paladinos da moralidade receberam duras críticas de parlamentares do PT que utilizaram suas redes sociais para condenar o engodo que é o governo Bolsonaro.
“Não teremos conchavos políticos nem privilégios”, ironizou a deputada Margarida Salomão (PT-MG) reproduzindo a narrativa usada pelos Bolsonaros.
Também em sua conta no Twitter, a deputada Erika Kokay (PT-DF) questionou: “Se o Lula tivesse promovido o filho, seria nepotismo. Mas no caso do Mourão, é meritocracia?”, criticou.
Na avaliação do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), o povo brasileiro foi induzido ao erro. “Muitos votaram pensando em fazer o bem. A chapa que foi eleita prometia romper com a cultura política dos privilégios. A surpreendente promoção do filho de Mourão vai decepcionar muita gente”, avaliou.
Já o deputado Henrique Fontana (PT-RS) lembrou que “ao mesmo tempo em que tira dinheiro do salário mínimo do povo, o filho de Mourão vê seu salário triplicar da noite para o dia, com nomeação para assessoria da presidência. Uma promoção com a cara do novo governo”.
Para o deputado Paulão (PT-AL), o general Mourão “disse que o compromisso é limpar o Brasil. É verdade já começou a limpeza – nomeando o filho para a assessoria do Banco do Brasil, com um salário acima de R$ 37.000,00. E as Forças Armadas? Caladas. Acorda Brasil”.
Com um tom irônico, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) escreveu: “Durou uma semana a validade do discurso moralista do governo Bolsonaro”.
E o deputado Jorge Solla (PT-BA) disse: “Eu nunca vi um governo tão velho, formado de corruptos, nepotismo, sujeira para debaixo do tapete e o povo excluído das decisões importantes do País”, lamentou.
Benildes Rodrigues