No Dia Nacional das trabalhadoras domésticas, Benedita da Silva defende vacinação e auxílio emergencial para a categoria

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) afirmou durante pronunciamento na sessão da Câmara dos Deputados, no tempo da Liderança do PT, que as trabalhadoras e os trabalhadores domésticos nada tem a comemorar nesta terça-feira (27), data em que é comemorado o Dia Nacional das Trabalhadoras Domésticas. Segundo ela, a pandemia escancarou as desigualdades históricas que afligem a categoria, agravadas agora com o crescimento do desemprego e a falta de vacinas.

“Hoje é o Dia Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores Domésticos. É um dia em que não se tem muito o que comemorar. Como nós sabemos isso vem de longe, de grandes batalhas, e nesse momento de pandemia nós perdemos mais de 2 milhões de postos de trabalho para essas mulheres. Sabemos que a maioria delas são negras, porque a trabalhadora doméstica vem de um histórico tremendo e terrível, que é do regime escravocrata, na qual se explorava esta mão de obra que era qualificada em seus países de origem, mas se tornavam escravas em nosso País”, relembrou.

Segundo Benedita, pelo fato de as trabalhadoras domésticas terem sido especialmente atingidas durante essa pandemia, precisam ser priorizadas no pagamento do auxílio emergencial e na aplicação das vacinas.

“É de nossa responsabilidade garantir que essas trabalhadoras tenham o que nós já identificamos como seus direitos. A Fenatrad sabe disso, que é a nossa Federação Nacional da Trabalhadoras Domésticas, que está conosco trabalhando para que consigamos esses direitos que elas estão buscando nesse momento, o auxílio emergencial e priorização de suas vacinas, para a sua proteção, proteção de sua família e de seus empregadores”, explicou.

A parlamentar, que no início de sua vida profissional chegou a trabalhar como empregada domésticas, ressaltou que essas trabalhadoras precisam ser imunizadas. Benedita lembrou que essas profissionais saem na maioria das vezes de madrugada de suas casas, utilizam transporte público lotados e chegam ao trabalho sem nenhuma condição de segurança.

“Diante disso, faço um apelo para que possamos atender essas mulheres que já vem um longo tempo trabalhando, para que verdadeiramente possamos comemorar no pós-pandemia o fato delas continuarem vivas, porque foi assegurado a elas os mesmos direitos que a outros trabalhadores”, observou.

A parlamentar também ressaltou que, mesmo após a Constituição de 1988 reconhecer as trabalhadoras domésticas os mesmos direitos trabalhistas que aos demais trabalhadores, ainda hoje muitas delas não tem recebem o decimo terceiro, não tem carteira assinada e nem direito a Previdência.

 

Héber Carvalho

 

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