No último domingo tivemos os resultados finais das eleições nos municípios brasileiros que ainda não haviam decidido seus prefeitos ou prefeitas. Com isso já é possível fazer um primeiro balanço do processo eleitoral deste ano, onde alguns fatores vem chamando a atenção para a conjuntura política nacional.
O primeiro deles é a reprodução, ainda que em menor escala, de uma prática que já havia sido determinante nas eleições presidenciais de 2018 – as Fake News. Neste pleito, especialmente no segundo turno, a disseminação de mentiras passou a circular com maior intensidade, tendo como alvos preferenciais candidatos e candidatas como Manuela D’Aávila (Porto Alegre), Edmilson Rodrigues (Belém), Guilherme Boulos (São Paulo) e Marília Arraes (Recife), só para citar alguns exemplos.
Outro fator que não pode ser ignorado é a derrota por todo o País dos candidatos apoiados diretamente por Jair Bolsonaro. Isso não significa que partidos fisiológicos, ou políticos que se alinham ao Bolsonarismo por força da ocasião, não tenham sido eleitos, muito pelo contrário, tiveram um crescimento expressivo, mas aqueles que nomeadamente receberam a “benção” do presidente, fracassaram. Isso talvez signifique que a direita tradicional e o centro venham recuperando o espaço que haviam perdido para a extrema-direita.
Se a extrema-direita não foi tão exitosa e o centro se saiu muito bem, os partidos de esquerda, por sua vez, conseguiram se manter combativos. Por fim e não menos importante, também é possível identificar que algumas pautas foram determinantes nas disputas de 2020 – as pautas sociais.
Por todo o Brasil, foram eleitos ou tiveram bons resultados os candidatos que demonstraram preocupação com os problemas concretos da população brasileira, como a saúde, a educação e o emprego, o que talvez seja um sinal não apenas de que o ódio que alimenta o Bolsonarismo tenha vida curta, mas que e o próprio Bolsonaro não vá muito longe em 2022.
Nilto Tatto é deputado federal (PT-SP)