Nilto Tatto: “Os pinóquios do Planalto”

Não apenas Bolsonaro, mas parte de sua equipe e de seus apoiadores também têm sido acusados de mentir descaradamente em seus discursos, reuniões, entrevistas, nas redes sociais, na Câmara, no Senado e até na CPI da Covid. Ao que tudo indica, os bolsonaristas parecem convictos de que parte da população brasileira ainda acredita em suas palavras e que podem continuar proferindo inverdades impune e incessantemente. Até quando?

No ano passado, agências de checagem de fatos apontaram que, das falas avaliadas do presidente durante a Assembleia Geral da ONU, realizada em setembro, sete foram consideradas falsas; uma exagerada; quatro imprecisas; cinco insustentáveis; três contraditórias e apenas seis verdadeiras. Naquela ocasião, a agência constatou que havia uma grande concentração de informações falsas ditas pelo presidente em declarações sobre a pandemia de Covid-19 e sobre o meio ambiente.

Em março deste ano, durante um pronunciamento ao vivo em rede aberta de rádio e televisão, Bolsonaro mentiu diversas vezes, especialmente quando falou das ações do seu governo no combate à Covid-19. O mesmo aconteceu um mês depois, na Cúpula do Clima, evento promovido pelo governo dos Estados Unidos com líderes mundiais para debater as Emergências Climáticas. Na ocasião, Bolsonaro afirmou, por exemplo, que iria aumentar os recursos destinados ao combate às queimadas, mas no dia seguinte reduziu em mais de R$ 200 milhões o orçamento do Ministério do Meio Ambiente.

Nas últimas semanas, durante a CPI que investiga no Senado a postura do governo Federal no enfrentamento à pandemia, depoentes bolsonaristas também têm sido acusados de faltar com a verdade. Entre eles, figuram, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello e a secretária de Gestão do Trabalho do ministério, Dra. Mayra Pinheiro. Por suas falas inconsistentes, ambos podem ser convocados a depor novamente. Além disso, foi apresentado um requerimento convocando o presidente Bolsonaro a depor. Com esse histórico, caso compareça, não é difícil supor que suas declarações sejam uma nova coletânea de mentiras.

Nilto Tatto é deputado federal (PT-SP)

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