Em suas viagens internacionais, além de questões específicas nas relações bilaterais com cada País, duas pautas têm norteado as reuniões do presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, com chefes de Estado do mundo todo: o enfrentamento às Emergências Climáticas e a proposta de transformar a Organização das Nações Unidas (ONU) em um mecanismo efetivo na promoção da paz. Lula sabe que tanto as guerras quanto a crise climática atingem mais intensamente os Países mais pobres e, dentro deles, as parcelas menos favorecidas da população.
Segundo o presidente brasileiro, a comunidade internacional não tem se empenhado na construção de uma agenda de paz – os países e blocos mais ricos ou estão diretamente envolvidos ou fornecem armamentos para as batalhas, como na guerra da Rússia com a Ucrânia. O mesmo vale para outros conflitos bélicos, que além de ceifar milhares de vidas, destroem cidades inteiras e prejudicam sobremaneira a capacidade dos Países enfrentarem outras mazelas em comum, do desemprego à fome, passando por epidemias e pandemias.
Na visão do presidente Lula, a ausência da guerra permitira ao mundo crescer de uma forma mais consistente e isonômica, criando condições para que os Países que antigamente chamávamos de subdesenvolvidos atinjam o mesmo grau de desenvolvimento social e econômico do que as nações mais ricas. Por isso a importância de uma instância internacional de criação e promoção de uma cultura de paz, da qual o Brasil pode ser protagonista, como já foi no final da Segunda Guerra Mundial; na criação da Organização Mundial da Saúde (OMS) ou na inclusão da igualdade de direitos entre homens e mulheres na carta da ONU, para citar alguns exemplos.
A lógica também vale para as questões ambientais, já que, sob a atual ordem mundial, as metas de enfrentamento às Emergências Climáticas definidas pelo Acordo de Paris não foram cumpridas. Mais uma vez, o presidente brasileiro se colocou publicamente a favor de um empenho coletivo, para que todos tenham iguais condições de vida no Planeta. Além das questões óbvias, da importância de um ambiente equilibrado para a manutenção da vida e da paz como condição básica para uma existência digna, o protagonismo que Lula vem assumindo também está conduzindo o Brasil de volta à geopolítico global.
*Nilto Tatto é deputado federal (PT-SP)