“Não é a primeira vez que a OAB embarca na canoa do golpe”, lembra Wadih Damous

wadih ananda borgesEm pronunciamento na tribuna da Câmara, nesta segunda-feira (21), o deputado Wadih Damous (PT-RJ) voltou a expor o golpe que a oposição conservadora trama no Brasil em conluio com setores do Judiciário e da mídia contra a presidenta Dilma Rousseff. Ao final do discurso, Damous lamentou o apoio da ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ao processo golpista, mas lembrou que essa decisão não é inédita e repete o que ocorreu em 1964, quando a entidade dos advogados também apoiou o Golpe executado pelos militares.

“Em relação à OAB, casa à qual pertenço e que presidi no Rio de Janeiro, não é a primeira vez que ela embarca na canoa do golpe. Ela embarcou, em 1964, e se arrependeu. Os grandes vultos da advocacia se insurgiram contra a ditadura. Eu espero que os dirigentes da OAB de hoje tenham tempo suficiente para se arrepender da irresponsabilidade que cometeram na semana passada”, registrou Damous.

O incômodo da direita com o termo “golpe” foi motivo de ironia no discurso do parlamentar petista. “Eu vejo que alguns deputados da oposição se incomodam muito com o fato de nós chamarmos esse processo de impeachment de golpe. Eu fiquei pensando: ‘Puxa, eu vou ver se eu encontro outra palavra que não ofenda tanto!’, mas eu não consigo”, disse Damous.

“É golpe! E por que é golpe? Nós temos que entender que nós vivemos num regime presidencialista. No parlamentarismo, você pode pedir a queda do gabinete [do primeiro-ministro] porque a política econômica vai mal, porque o governo é inepto, porque ninguém debela a crise econômica, porque a Petrobras está com as suas ações desabando, você pode pedi-la por diversos motivos, e o gabinete cai! Agora, no presidencialismo, não! No presidencialismo, há requisitos para o impeachment. A Constituição estabelece e regula esse processo por lei ordinária, que é a Lei nº1.079, de 1950”, continuou o deputado.

“Por que é golpe? Porque, primeiro, encontra-se um criminoso e, encontrado um criminoso, vamos atrás do crime, vamos pescar o crime. Nós podemos ver que os deputados se sucedem aqui nesta tribuna e não apontam um crime de responsabilidade cometido pela presidenta Dilma. Eles vêm falar que é um governo inepto, que a crise econômica ninguém segura, que as pesquisas colocam a presidenta lá embaixo. Ora, não me consta que isso integre o rol de crimes de responsabilidade previstos na Constituição e na lei”, apontou Damous, que também recordou a baixíssima popularidade de FHC, fato que não gerou a interrupção do seu mandato.

“Não me venham com essa conversa fiada de se incomodar com essa história, porque é golpe mesmo. É golpe com todas as letras! É golpe em caixa alta! Vamos debater o processo de impeachment de acordo com a Constituição Federal e com a lei. Aí vocês vão se adequar ao mandamento constitucional. Fora disso, vocês vão entrar para a história como golpistas”, acrescentou o petista.

Internacional – Wadih Damous destacou que vários veículos da imprensa internacional estão denunciando o golpe em curso no Brasil. “Hoje eu li matérias de jornais estrangeiros dizendo que o que há em curso neste País é um golpe de Estado. Não são jornais bolivarianos, não. É o Der Spiegel, alemão. São jornais americanos, é o El País, que é um jornal conservador espanhol. Diversos órgãos de imprensa pelo mundo afora estão denunciando que há em curso no nosso País um golpe midiático, espetacularizado, com a participação de determinados setores do sistema de justiça brasileiro localizado na nossa Guantánamo chamada Curitiba”, disparou Damous.

O parlamentar disse esperar que a racionalidade presida o debate. “O processo de impeachment é um processo político sim, mas é jurídico também. Tentar inventar crime de responsabilidade é golpe! Flexibilizar conceitos de crime de responsabilidade é golpe. Aditar o pedido de impeachment é golpe, porque é ilegal, porque não pode”, afirmou.

Economia – Citando um tucano, Wadih Damous também criticou os oposicionistas que pintam “um quadro catastrófico” da economia brasileira. “O insuspeito José Serra, hoje no Estadão, disse que a economia brasileiro está bem, que a economia brasileira tem reservas, que a economia brasileira tem suporte para superar a crise”, frisou o deputado, que chamou de “sabotagem” a ação da oposição conservadora.

Assista ao vídeo do discurso de Wadih Damous:

https://www.facebook.com/ptnacamara/videos/786005628166709/

Rogério Tomaz Jr.
Foto: Ananda Borges/Agência Câmara

 

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