O ano legislativo começou formalmente no Congresso Nacional nesta quarta-feira (1º), com a eleição da nova mesa diretora do Senado. Na Câmara, que elegerá a nova direção nesta quinta (2), a quarta foi marcada por um ato das mulheres contra a reforma da previdência que serviu de recepção e de início da mobilização do ano para barrar a proposta do governo golpista de Temer que afeta a aposentadoria de toda a sociedade, mas penaliza sobretudo as trabalhadoras.
O ato foi organizado por movimentos sociais e entidades sindicais e contou com o apoio da Bancada Feminina do PT. Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), é preciso mobilizar o conjunto da sociedade brasileira para impedir a destruição da previdência social e um retrocesso ainda mais grave para as mulheres.
“Esta reforma vai atacar de forma muito violenta as mulheres. O reconhecimento de que as mulheres têm a dupla ou tripla jornada e trabalham mais do que os homens em atividades não remuneradas foi o que fez com que o constituinte determinasse que elas tivessem uma aposentadoria com menos tempo de contribuição para o sistema”, argumentou a deputada.
“Essa reforma retira direitos das mulheres trabalhadoras do campo e da cidade”, acrescentou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
“A democracia está sendo ferida de morte com essa reforma da Previdência”, disse a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), outra parlamentar petista que participou do evento, que teve um manifestado assinado pelas seguintes organizações: Marcha das Margaridas, Movimento de Mulheres Camponesas, Secretaria de Mulheres da CUT-DF, Secretaria de Mulheres do PT-DF, Coletivo Rosas pela Democracia, Marcha Mundial de Mulheres, Sempre Viva Organização Feminista, Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFMEA) e Fórum das Promotoras Legais Populares.
O deputado Patrus Ananias (PT-MG) participou do ato e ressaltou o impacto ainda mais negativo da reforma para as mulheres. “A reforma atinge diretamente as pessoas pobres e especialmente as mulheres mais pobres, como, por exemplo, as trabalhadoras rurais, que demoraram tanto para conquistar os direitos mínimos – no Brasil a previdência chegou no campo em 1971, até então as trabalhadoras rurais, e também as trabalhadoras domésticas, não tinham nenhum direito. E agora o governo golpista quer retirar esses direitos”, lembrou Patrus.
Outro parlamentar mineiro, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), também esteve presente na atividade. “Eu nem chamo de reforma da previdência. É um desmonte da previdência. Eles querem acabar com a previdência como um direito social. Em especial contra as mulheres, os mais pobres, os trabalhadores rurais, contra as professoras, que em sua ampla maioria são mulheres. Esta reforma é um absurdo em todas as suas dimensões e nós precisamos impedi-la”, registrou Lopes. O deputado José Guimarães (PT-CE) também participou do ato.
Rogério Tomaz Jr, com PT no Senado
Foto: Alessandro Dantas/PTnoSenado