MST reúne parlamentares para discutir os desafios políticos do próximo período

Nesta sexta-feira (23), dezenas de parlamentares se reuniram na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema, região metropolitana de São Paulo, para discutir a nova formação do Congresso Nacional e apontar os desafios do próximo período.

Além de integrantes do MST, estiveram presentes lideranças e representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Temas como a construção e fortalecimento de uma frente democrática, que paute a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a defesa dos movimentos populares e das intuições de defesa da classe trabalhadora foram centrais. O líder da Bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), participou do encontro.

Deputados Paulo Pimenta e Valmir Assunção com dirigentes do MST

João Pedro Stedile da direção nacional do MST, em sua fala, afirmou que “é impossível existir igualdade em um País em que seis pessoas detêm o equivalente à riqueza de 100 milhões de brasileiros.”

Para Stedile, o novo governo já nasce da contradição. “Um ministro da economia [Paulo Guedes], que quer privatizar as 149 estatais do País, representa a entrega do capital brasileiro construído em décadas. Com toda essa privatização o País arrecadaria cerca de 150 bilhões de reais, acontece que só de juros da dívida externa pagamos em 2017 o equivalente a 400 bilhões”, explicou.

Ao falar sobre o papel do povo na luta contra a retirada de direitos e o aumento da desigualdade no País, Stedile citou a solidariedade como uma das principais ferramentas de luta e mobilização.

“Precisamos da hegemonia da classe trabalhadora. A mística do povo é a solidariedade e isso ninguém pode nos tirar. Só a solidariedade poderá resolver os problemas da nossa sociedade e construir novos paradigmas. Esse deverá ser também o papel da esquerda, construir uma nova estratégia de condução política e a via eleitoral já não é suficiente para isso. A Frente Brasil Popular é prova disso e tem sido uma importante ferramenta de luta e aglutinação”.

Stedile ainda citou a liberdade do ex-presidente Lula como objetivo central para a manutenção da democracia.

“Queiramos ou não, Lula é o maior líder popular dos últimos 50 anos. Sua prisão é também o cárcere da classe trabalhadora. Lula é o único capaz de recolocar o povo como protagonista da luta de classes”.

A senadora e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), citou o caminho do golpe para falar sobre o próximo governo.

“O impedimento de Lula, contestado inclusive pelas Organizações das Nações Unidas (ONU), foi a legitimação do golpe que começou em 2015 com o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Depois disso, vieram as fake news e o PT acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo menos quatro vezes questionando as ferramentas utilizadas nessas eleições. Nesse bojo, o governo Bolsonaro foi eleito com a promessa de romper com a política tradicional, criar segurança para população e acabar com a corrupção. Como ele vai fazer isso? Não sabemos porque que ele não debateu plano econômico nem social. O projeto de privatização, por exemplo, não foi sequer discutido com a população”.

Hoffman destacou também que a luta pela liberdade de Lula é uma meta estratégica para o próximo período:

“Devemos lembrar que em 500 anos o único soluço de melhora que a população pobre brasileira teve foi nos últimos 13 anos. O ex-presidente é o nosso elo com o povo. Sua liberdade vai além de uma questão de justiça e essa luta vai estar presente em todos os momentos do PT no próximo período. E completa: “Devemos estar atentos. A luta pela democracia é entendida de maneiras diferentes nos setores da sociedade. Nós representamos a oposição. Uma oposição de 47 milhões de pessoas que disseram não ao governo Bolsonaro. E nessa oposição, todos são importantes e necessários”, conclui.

Deputados do PT– Os três deputados da bancada do PT na Câmara oriundos da luta do MST – Marcon (RS), Valmir Assunção (BA) e João Daniel (SE) destacaram a necessidade dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda atuarem unidos para evitar retrocessos.

“O povo organizado lá no Rio Grande do Sul, nos assentamentos, nas áreas indígenas e quilombolas percebeu quem era quem nessa eleição, mas temos que expandir essa disputa ideológica. Não podemos esperar muito do próximo Congresso. Nós da esquerda ficamos com o mesmo número [de parlamentares], os outros que vão chegar são ainda piores do que os que irão sair”, observou.

O deputado Valmir Assunção destacou que mais encontros como este devem acontecer para “definir as táticas e estratégias para derrotar a política liderada por Bolsonaro e pela direita conservadora e fascista”.

Em relação ao futuro, João Daniel ressaltou que somente a resistência dos movimentos sociais poderá assegurar a vitória contra o fascismo. “Não podemos abrir mão de termos uma sociedade mais justa, livre e fraterna. Não será um presidente ou um partido conservador que vai destruir uma história de luta em defesa do povo brasileiro”.

Os deputados federais petistas Pedro Uczai (SC), Paulo Teixeira (SP) e Nilto Tatto (SP), e o deputado eleito Rui Falcão (SP) também participaram das atividades.

 

PT na Câmara com Portal MST

 

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