MP 927 precisa ser devolvida pelo Congresso; medida retirada mais direitos, apontam petistas

“Vitória do povo e governo derrotado!” Assim reagiu a deputada Margarida Salomão (PT-MG) à revogação do trecho da medida provisória (MP 927/20), editada pelo governo Bolsonaro na noite desse domingo (23), que suspendia contratos e salários por quatro meses. “Fizemos esse governo salafrário e louco voltar atrás! O que não invalida as críticas que fazemos: chega de priorizar os ricos! Chega de colocar a conta nos pobres!”, afirmou a deputada em sua conta na rede social.

Margaria Salomão considerou ainda que o tamanho da derrota de Bolsonaro, ao recuar na MP 927 – já rotulada como a MP da Morte – é tão grande quanto sua falta de capacidade técnica. “Decidiu vetar o trecho sobre suspensão de salários e contratos e ignora que não se pode vetar trecho de MP. Só é possível pedir devolução”, explicou.

A parlamentar mineira avaliou ainda, em outra postagem que, embora a pressão tenha funcionado com a revogação dessa parte do texto, a medida provisória é muito ruim para os trabalhadores porque ainda são permitidas demissões e redução de 25% do salário de quem seguir trabalhando. “Vamos continuar denunciando esses absurdos”, garantiu.

Vários parlamentares da Bancada do PT também usaram suas redes sociais para comentar sobre o recuo de Bolsonaro e para afirmar que a medida continua ruim e prejudicando a classe trabalhadora. A deputada Marília Arraes (PT-PE) pediu para alguém avisar a Bolsonaro que não dá pra revogar artigo de MP editada, mas ainda não analisada pelo Congresso. “Muito menos pelo Twitter. Minha posição é de que o Congresso deve devolver essa aberração ao Planalto”, enfatizou.

E o deputado Pedro Uczai (PT-SC) lembrou que Bolsonaro revogou apenas um item da MP 927, “talvez o mais perverso”.  Ele, no entanto, defendeu a rejeição da MP da Morte na sua integralidade. “A MP é um conjunto de maldades contra os trabalhadores pra instalar o caos social no Brasil, ela tem que ser devolvida ao governo”, reforçou.

Ainda não vencemos a guerra

O deputado Carlos Veras (PT-PE) alertou: “Vencemos uma batalha, mas não a guerra”. Ele defendeu a devolução integral da MP 927. “Defendemos renda mínima emergencial e apoio às empresas. A luta contra as medidas desumanas de Bolsonaro segue firme. Vamos juntos! Contra ele e o coronavírus”, completou.

O deputado Paulão (PT-AL) também citou a força da pressão popular e dos deputados de esquerda como fundamental para o recuo de Bolsonaro no artigo que previa o corte nos salários. “Vamos continuar na luta para derrubar outros pontos da MP 927 que prejudicam os trabalhadores”, garantiu.

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) considerou que foi uma vitória dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, que “com a pressão popular derrotou a medida mais perversa da dupla Bolso/Guedes”. E o deputado Henrique Fontana (PT-RS) frisou que Bolsonaro teve que recuar. “Mas a medida provisória publicada ontem pelo governo traz outros graves ataques aos trabalhadores. A pressão vai continuar para que o governo apresente medidas que protejam a classe trabalhadora”, afirmou.

Para o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), esse recuo de Bolsonaro em relação ao art.18 da MP 927, que permitia a suspensão do contrato de trabalho por até 4 meses sem salário não resolveu nada. “Precisamos garantir dinheiro no bolso do povo”, defendeu.

Conselho

O deputado Rogério Correia (PT-MG) mandou um conselho para os bolsomínions: “antes de sair defendendo medida do governo, espera um pouco. Puxa-saquismo precipitado traz danos. Olha a vergonha nessa MP que suspendia salários: Bozo publicou, mínions aplaudiram, mas Bozo revogou, após a pressão do povo. Agindo assim parecem robôs”, criticou.

O deputado Beto Faro (PT-PA) também mandou um recado para o governo Bolsonaro: “Aqui tem Oposição forte, o trabalhador não vai pagar a conta da pandemia”.

E o deputado Marcon (PT-RS) ironizou: “Ele (Bolsonaro) mente, e ele mesmo desmente. É uma cara de pau nunca vista antes. Acabou, Bolsonaro”, afirmou em sua conta no Twitter.

Já o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) ao reforçar que Bolsonaro recuou pela força e pela pressão das redes sociais provocou: “O artigo 18 da MP da Morte deveria permanecer exclusivamente para o presidente. Todos nós – brasileiros e brasileiras – ganharíamos muito!”, afirmou.

Irresponsabilidade

O deputado Rui Falcão (PT-SP) ao comentar a retirada do artigo da MP 927, que autorizava a suspensão dos contratos de trabalho e do salário, afirmou que o governo Bolsonaro é “irresponsável” e defendeu a rejeição integral da MP da Fome. “É hora de cuidar do povo! É hora de salvar vidas!”, frisou.

Mesmo considerando uma vitória, Rubens Otoni (PT-GO) afirmou que a MP da Morte continua muito ruim, com vários outros itens “no seu pacote de maldades para os que mais necessitam”. Ele anunciou que continua na luta pela derrubada integral da MP 927.

O deputado João Daniel (PT-SE) considerou que valeu a pressão da sociedade, lideranças partidárias e dos movimentos sociais para derrotar a suspensão dos salários por 4 meses, mas alertou que foi mantido todos os outros ataques aos trabalhadores.

Farsa contra o povo

Para o deputado Vicentinho (PT-SP) o Congresso Nacional tem que devolver a MP da Morte sem nem mesmo apreciá-la. “Essa revogação do presidente foi em parte, apenas um artigo. As maldades e a irresponsabilidade do desgoverno ainda estão na medida. Esse recuo do mito é mais uma farsa contra o nosso povo”, denunciou.

Na avaliação da deputada Natália Bonavides (PT-RN) o recuo anunciado em parte da MP 927, não faz com que vire um texto bom! “Não nos esqueçamos que a medida permite que se corte 25% do salário, sem redução de carga horária, sem complemento de seguro-desemprego. O Congresso tem que devolver essa MP sem nem apreciar!”, reforçou.

E a deputada Maria do Rosário (PT-RS) lembrou que o papel do governo é governar para os interesses de todo seu povo. “Hoje Bolsonaro revogou o perverso artigo sobre suspensão de salários da MP 927, mas já prepara outro que corta 50% do salário. Não engana ninguém. Um desgoverno!”, criticou.

O recuo de Bolsonaro e a defesa da rejeição integral da MP da Morte também foi tema nas redes sociais dos deputados do PT Afonso Florence (BA), Arlindo Chinaglia (SP), Bohn Gass (RS), Erika Kokay (DF), José Guimarães (CE), Luizianne Lins (CE), Nilto Tatto (SP), Odair Cunha (MG), Padre João (PT-MG), Paulo Teixeira (SP) e Valmir Assunção (BA).

 

Vânia Rodrigues

 

 

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