Com o lema “Parem de Nos Matar”, movimentos populares e moradores das favelas realizaram um ato contra o aumento da violência policial promovido pela política de repressão do governador Wilson Witzel (PSC-RJ) no Rio de Janeiro. O protesto ocorreu na Orla de Ipanema, na capital fluminense durante a manhã deste domingo (26). O músico Evaldo dos Santos Rosa e o catador Luciano Macedo, fuzilados pelo Exército em abril foram lembrados como vítimas da ação violenta do Estado. A vereadora Marielle Franco também foi homenageada.
“Toda vez que nos enterram, toda vez que nos fuzilam, nós voltamos, somos semente”, dizia trecho de uma intervenção artística realizada na praia da zona sul carioca. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), nos três primeiros meses de 2019, foram 435 homicídios decorrentes da ação de policiais no estado, o maior índice desde 1998, quando começa a série histórica do levantamento.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) participou das manifestações contra o aumento da violência policial. “O ato é um recado para o Estado parar de matar a população negra em nosso País”, afirmou. A deputada citou que a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. “Os depoimentos das mães que perderam os seus filhos para uma bala do Estado fazem qualquer um se emocionar e também se indignar perante tamanha barbaridade”, completou.
Organização
A manifestação “Parem de Nos Matar” começou a ser idealizada no mês passado, quando o gari William Mendonça dos Santos foi morto durante um tiroteio na favela do Vidigal, localizada na zona sul do Rio. Participaram da mobilização organizações como a Associação de Moradores do Vidigal, Politilaje, Movimento Popular de Favelas, Associação Juízes pela Democracia (AJUD), além dos movimentos sociais que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Débora da Silva Dias, cobrou a responsabilização pela morte do Ian da Silva Dias, de 21 anos, executado pela Polícia Militar em Niterói em junho do ano passado. “Meu filho saiu de casa para comprar cheiro-verde por volta do meio dia para nós almoçarmos. Meu filho não era bandido e foi assassinado com um tiro nas costas. Eu quero uma resposta. Quero justiça para o meu filho”, declarou à reportagem da Mídia Ninja.
“Não é mais possível conviver com incursões da Polícia Militar dentro das favelas, que chegam atirando, metendo o pé na porta e matando a nossa população. É uma tal de bala perdida o tempo todo. Todos os dias nós acordamos com óbitos dentro das favelas”, afirmou a coordenadora estadual do Movimento Negro Unificado (MNU) Fátima Monteiro ao portal Brasil de Fato.
PT na Câmara com Rede Brasil Atual