Moro manobrou para eleger Bolsonaro e precisa sair do Ministério da Justiça, cobram líderes petistas

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), e a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e o líder da Minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), afirmaram pelo Twitter que a informação divulgada nesta segunda (29) pelo jornal Folha de S. Paulo – em parceria com o site The Intercept Brasil – de que o então juiz Sérgio Moro divulgou delação do ex-ministro Antônio Palocci a seis dias das eleições em 2018, mesmo sendo considerada “fraca” pelos próprios procuradores da Lava Jato, demonstram que o atual ministro da Justiça atuou conscientemente no sentido de influenciar no resultado do pleito.

Da mesma forma como Paulo Pimenta e Gleisi Hoffmann, outros parlamentares também condenaram a atitude de Moro e afirmaram que diante da revelação, o ministro perdeu qualquer condição moral de permanecer no cargo de ministro da Justiça.

De acordo com a reportagem, na época o procurador Paulo Roberto Galvão afirmou a seus colegas num grupo de mensagens do Telegram: “Russo (Sérgio Moro) comentou que embora seja difícil provar ele (Palocci) é o único que quebrou a omerta petista”. Ainda na troca de mensagens, a procuradora Laura Tessler considerava que era difícil provar a delação de Palocci que tentava incriminar Lula e o PT: “Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele”, afirmou.

Segundo Paulo Pimenta, a revelação dos diálogos reforça a constatação de que Sérgio Moro agiu para beneficiar Bolsonaro eleitoralmente, usando uma delação “rejeitada pelo Ministério Público por falta de provas…para violar o princípio mais fundamental de qualquer democracia: o respeito ao voto popular”. “Tenha dignidade e peça demissão e desculpas à sociedade brasileira, Sérgio Moro”, cobrou o petista.

Já a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, considerou “muito grave” a revelação ao concluir que a delação de Palocci foi divulgada apenas para “causar confusão política às vésperas das eleições”. “Isso prova que Moro foi um grande cabo eleitoral de Bolsonaro”, apontou.

O líder da Minoria no Congresso Nacional, deputado Carlos Zarattini, também acusou Sérgio Moro de utilizar o então cargo de juiz para beneficiar Bolsonaro nas urnas. “Delação de Palocci foi a boca de urna de Bolsonaro com apoio de Moro e Rede Globo! Moro tem que ser afastado! ”, exigiu.

Leia outras declarações de deputados petistas:

Helder Salomão (PT-ES) – ‘Moro julgava fraca delação de Palocci, mas a divulgou pouco antes da eleição. Moro agia como um militante político, trabalhando para eleger seu candidato”.

José Guimarães (PT-CE) – “O que está faltando para se fazer o reconhecimento de que Moro foi um juiz parcial no julgamento de Lula? Depois dessa revelação da delação de Palocci, ele foi imparcial? Ajudou sim a eleição de Bolsonaro para depois ser Ministro. Afastamento Já do Ministério da Justiça”.

Maria do Rosário (PT-RS) – “Faltando 5 dias para a eleição, Moro divulga delação de Palocci para favorecer Bolsonaro. Nem os procuradores acreditam nas mentiras, mas vale tudo para incriminar Lula”.

Margarida Salomão (PT-MG) – “Se havia alguma dúvida da intencionalidade de Sérgio Moro, de usar a Lava Jato como instrumento político e interferir nas eleições, já não resta mais nada! Moro tem que ser demitido imediatamente!

João Daniel (PT-ES) – “De olho no STF, o ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça, considerava fraca a delação de Palocci, porém as divulgou seis dias antes das eleições do ano passado para favorecer Bolsonaro, o seu atual chefe”.

Nelson Pelegrino (PT-BA) – “Mais uma revelação do Intercept Brasil demonstra que a eleição de Bolsonaro foi resultado de uma grande fraude eleitoral, a base de mentiras, Fake News e manipulações, como mais esta do ex-juiz e atual ministro da justiça de Bolsonaro, Sérgio Mouro. Basta! ”

Alencar Santana Braga (PT-SP) – “Para o Moro não importava que não existissem provas. Seu trabalho era incriminar o Lula e fazer jogo sujo nas eleições para favorecer Bolsonaro”.

Joseildo Ramos (PT-BA) – “Ainda durante a campanha, Sérgio Moro foi sondado para ser ministro de Jair Bolsonaro. Faltando 6 dias para o dia da eleição, o ex-juiz divulga delação que considerava “fraca” e que favoreceu diretamente o candidato do qual virou ministro. Isso é normal?”

Rogério Correia (PT-MG) – “O STF vai continuar acovardado e conivente com o assalto ao país, executado pelo Governo Bolsonaro e bênção do Ministério da Justiça? E o Congresso? Tem de instalar CPI já! Moro fez uso político, na boca da urna, de acusações sem provas de Palocci. E Globo só fala em Hacker: jornalismo torto”

Nilto Tatto (PT-SP) – “Mesmo considerando “fraca” a delação de Palocci, Moro divulga o conteúdo às vésperas da eleição, interferindo direta e intencionalmente no processo eleitoral. Não tem envergadura moral e nem reputação ilibada para o cargo que assumiu, antes ou depois do resultado do pleito”.

Zeca Dirceu (PT-PR) – “Moro não achou provas concretas delação de Palocci, mas precisava garantir sua vaga de ministro de Bolsonaro. Rapidamente divulgou a delação uma semana antes do 1° turno das eleições, e um mês depois era ministro da Justiça. Uma mão lava a outra né, Moro? ”

Paulo Teixeira (PT-SP) – “Moro vazou delação para influenciar nas eleições. Delação era fraca. Mesmo assim, Moro vazou”.

Paulão (PT-AL) – “Moro fez uso político, na boca da urna, de acusações sem provas de Palocci”.

Professora Rosa Neide (PT-MT) – “Se existia alguma dúvida hoje já não existe mais. 1 semana antes do pleito, Moro divulgou delação que ele mesmo sabia que era fraca apenas para prejudicar adversários políticos. Dias depois, ganhou sua recompensa e virou ministro de Bolsonaro”.

Reginaldo Lopes (PT-MG) – “Não era novidade que Palocci havia sido pressionado para incriminar Lula em troca de benefícios. As mensagens reveladas hoje mostram que Moro achava a delação “fraca” e “difícil de provar”. Mesmo assim, divulgou dias antes da eleição. Tentou-se fazer justiça ou manipular o pleito? ”

Patrus Ananias (PT-MG) – “As trapaças de Sérgio Fernando Moro para decidir as eleições, cada vez mais comprovadas. Os que duvidam são cada vez menos. Restam os que continuam defendendo que a democracia deve ser trapaceada. Contra esses devemos estar cada vez mais atentos”.

Afonso Florence (PT-BA) – “Moro sempre soube que não tinha provas contra Lula. Isto não é justiça, é uma criminosa condenação sem provas”.

Bohn Gass (PT-RS) – “O melhor é que fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja”. Do procurador Antônio Carlos Welter sobre a “delação” de Palocci. Ou seja, era uma fala vazia, fantasiosa, mentirosa. Mesmo assim, o cabo eleitoral Moro tornou-a pública 6 dias antes da eleição”.

Henrique Fontana (PT-RS) – “Não restam dúvidas de que o juiz partidário e parcial Sergio Moro atuou para interferir nas eleições. 1 semana antes do pleito, divulgou delação que considerava fraca apenas para prejudicar adversários políticos. Dias depois, aceitou convite para ser ministro de Bolsonaro”.

Assis Carvalho (PT-PI) – “Mesmo a delação sendo fraca e sem provas, Moro a divulgou, uma semana antes do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, causando grande repercussão e prejudicando o candidato Haddad”.

 

Héber Carvalho

 

 

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